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domingo, outubro 7

Polícia realiza operação conjunta com Ministério Público e Secretaria Municipal de Saúde em asilo de Rio Grande


Agentes da Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Rio Grande, coordenados pela delegada Caroline Cunha de Bem, realizaram no final da tarde dessa sexta-feira (05/10) uma operação denominada “Libertas quae sera tamen” (liberdade ainda que tardia), naquele município.

A ação ocorreu em conjunto com a comissão executiva do grupo de saúde mental e moradia – composta pelo Ministério Público, Secretaria Municipal de Saúde, Rede Família e Vigilância Sanitária.

De acordo com a delegada Caroline, a ação foi movida por denúncia de maus tratos em um asilo que funcionava de forma irregular na Rua Pedro Rocha de Andrade, no bairro Vila Maria. O local abrigava dois idosos, uma deficiente mental e um menino com paralisia cerebral.

Segundo a denúncia, a proprietária do asilo e um travesti, conhecido por “Sol”, eram os responsáveis pela violência, sendo que Sol já tinha sido indiciado anteriormente por maus tratos.

Quando os agentes chegaram ao local a proprietária não se encontrava, havia apenas uma cuidadora e foi possível colher o depoimento dos abrigados, antes da investigada chegar. Eles relataram aos policiais as agressões praticadas contra uma das deficientes mentais, que era espancada, com socos, puxões de cabelos, pontapés e até mesmo com um cabo de vassoura, bem como forçada a fazer o serviço doméstico do local.

Os outros, de acordo com os depoimentos, não sofriam agressões físicas, mas eram submetidos à violência psicológica diariamente e muitas vezes lhes era negada alimentação – relatou a delegada.

De acordo com a delegada, as vítimas foram encaminhadas ao posto médico legal a fim de que fosse averiguada, através de exame a prática dos maus tratos. Foi constatado ainda que um dos idosos estava em estado de subnutrição, com apenas 38 quilos.

Este idoso, o qual não possuía uma das pernas e ficava sempre em cadeira de rodas, relatou também que os abrigados ficavam várias horas do dia sozinhos, trancados dentro da casa e na chegada da comissão pedia: “pelo amor de Deus retirem-me daqui”.
A proprietária do estabelecimento recebia pelo menos um salário mínimo para cuidar de cada uma dessas pessoas, sendo que algumas famílias chegavam a pagar até R$1.200,00 para deixar seu familiar no local.

Os idosos foram levados a um asilo regular. Já a deficiente mental e o menino com paralisia, foram realocados em outro abrigo até que se consiga contato com as famílias para encaminhá-los a um lugar mais adequado. Todos os relatos das vítimas foram gravados em vídeos e serão anexados ao inquérito policial e enviados ao Ministério Público para instrução do devido processo criminal.

Fonte: Polícia Civil do RS

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