| Foto: Luiz Costa/Hoje em Dia/Futura Press |
O advogado do goleiro Bruno, acusado de envolvimento no
sequestro, cárcere privado e assassinato de Eliza Samudio, disse que seu
cliente tinha um relacionamento amoroso com o amigo e suposto cúmplice Luiz
Henrique Romão, o Macarrão.
Segundo o advogado Rui Pimenta, a carta publicada pela
revista Veja desta semana retrata essa relação. Na carta, Bruno diz ao amigo
que, depois de conversar com os advogados, eles chegaram a conclusão de que
"a melhor forma para resolvermos isso é usando o Plano B". Segundo a
revista, o Plano A seria negar o crime e o B, Macarrão assumir a culpa e livrar
Bruno da prisão.
"Naturalmente, pela masculinidade dele, um gladiador,
eu entendo que o relacionamento entre eles existia. Eu levo a carta para esse
lado, ele queria terminar essa relação", disse Pimenta. As informações são
do jornal O Estado de S. Paulo.
Caso Bruno: onde estão os personagens do crime?
O advogado lembra de outro trecho da reportagem, no qual
mensagens de texto escritas por Eliza revelam a existência de um vídeo que arrasaria
a reputação de Bruno. Ela, Macarrão e Bruno participariam de orgia no vídeo.
"Eu respiro
nesta carta um relacionamento bem íntimo entre os dois e a revista errou ao dar
interpretação diversa", disse Pimenta. O advogado disse que vai se
encontrar com o goleiro nesta segunda-feira para saber se ele realmente
escreveu a carta.
O documento já está em poder das autoridades. A acusação vai
pedir que o texto seja anexado ao processo como prova do envolvimento de ambos
no crime.
O caso Bruno
Eliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando teria
saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior,
a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava
grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos.
Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o
reconhecimento da paternidade de Bruno.
No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas de
que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no
sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo
Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a
informação de que o bebê apontado como filho do atleta, então com 4 meses,
estava lá.
A então mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza,
negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um
dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma
adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.
Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo
denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista
de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como
Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de
Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois depoimentos, admitiu
participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17 anos relatou que a
ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em cativeiro e
executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como
Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o
relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem
considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão,
acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio
Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da
Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por
envolvimento no crime.
Todos negam participação e se recusaram a prestar depoimento
à polícia, decidindo falar apenas em juízo.
No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos
pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e
executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a investigação
apontou a participação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes Castro, que
também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o relatório
policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus todos os
envolvidos.
O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos
posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela
participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo
indeterminado.
No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados
pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O
goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão
corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por
cárcere privado.
Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno,
Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola serão levados a júri popular por homicídio
triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de
cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular,
mas por sequestro e cárcere privado.
Além disso, a juíza decidiu pela revogação da prisão
preventiva dos quatro. Flávio, que já havia sido libertado após ser excluído do
pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além disso,
nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores.
Fonte: Site Terra
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