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quarta-feira, julho 11

Caso Eliza Samúdio: advogado de Macarrão processa defensor do goleiro Bruno.


Funcionário do jogador não gostou de ser chamado de homossexual por Rui Pimenta, que interpretou a correspondência entre os acusados de matar Eliza como fim de um romance

Se houve mesmo um caso de amor entre o goleiro Bruno e seu amigo e funcionário, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ninguém sabe ao certo. Mas os advogados dos dois principais acusados de tramar o sequestro e a morte da jovem Eliza Samudio, certamente, já se odeiam. Leonardo Diniz, que representa Macarrão, apresentou, esta tarde, uma medida preparatória de um processo de difamação contra o colega Rui Caldas Pimenta, defensor do jogador. O motivo são as declarações de Pimenta sobre a “relação homossexual” entre os dois acusados. Pimenta levantou esta hipótese no ano passado, e voltou a dar declarações nesse sentido após a revelação, por VEJA, de uma carta em que Bruno pede ao amigo para assumir a culpa pelo crime.

PLANO B - Na carta interceptada, Bruno convoca o comparsa Macarrão a “ficar aqui”
e livrá-lo da condenação pela morte de Eliza: três vezes “Me perdoe”
 Alex de Jesus/O Tempo: Mercelo Theobald/Extra/Ag. Globo

A medida, que poderá dar início a um processo judicial de Diniz contra Pimenta, já foi distribuída na 10ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Na ação, Diniz pede que o colega se explique em juízo sobre as afirmativas da suposta relação homoafetiva entre Bruno e Macarrão, e que se justifique sobre as declarações ofensivas, que, segundo o advogado de Macarrão, ferem a honra e a dignidade de seu cliente. Esta seria, segundo Diniz, a primeira de duas ações planejadas contra Pimenta. “O colega está agindo por conta própria, à revelia, sem o conhecimento do Bruno. Então, ele que se explique em juízo. O Luiz Henrique não é homossexual e está sendo vítima de um advogado que só quer tumultuar o processo e desviar a atenção do foco principal, que é provar se houve ou não um crime”, disse Diniz.

A defesa de Macarrão continua a sustentar a versão de que Eliza Samudio não está morta, embora uma testemunha tenha relatado à polícia detalhes da execução da jovem, em junho de 2010. O sumiço se deu após Eliza ter sido sequestrada no Rio e mantida cinco dias no sítio de Bruno, em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. Eliza era ex-amante do goleiro e brigava na Justiça para que ele assumisse a paternidade de seu filho, Bruninho, também mantido em cárcere privado em Esmeraldas. O menino, atualmente com dois anos, vive com a avó materna, Sônia de Fátima Moura, no Mato Grosso do Sul.

Os advogados de Bruno confirmaram na segunda-feira que a carta revelada por VEJA foi mesmo escrita pelo goleiro. A reportagem de VEJA obteve de dois peridos a confirmação da autenticidade da assinatura de Bruno no manuscrito.
Um dos trechos da carta diz o seguinte: “Eu sinceramente nunca pediria isso para você, mas hoje não temos que pensar em nós somente. Temos uma grande responsabilidade que são nossas crianças”, diz o goleiro. “Você me disse que se precisasse você ficaria aqui e que era para eu nunca te abandonar. Então, irmão, chegou a hora”, acrescenta. Bruno ainda pediu perdão por três vezes.

Rui Pimenta enxergou, na mensagem, o término de um romance entre Bruno e Macarrão. Para o advogado, Macarrão teria cometido o crime sozinho, sem conhecimento de Bruno, por ter ciúmes de Eliza. A versão é diferente da de outro advogado que representa Bruno. Francisco de Assim Simim, que também defende o jogador, disse que o texto se refere a um rompimento de amizade do Bruno com o melhor amigo e braço direito (Macarrão).

O desaparecimento de Eliza Samudio, um dos crimes mais macabros que o Brasil já conheceu, ganha, aos poucos, notas de absurdo também pela postura dos advogados envolvidos. O primeiro representante de Bruno, Ércio Quaresma, contratado assim que o jogador teve o nome ligado ao caso, foi afastado depois de aparecer em um vídeo em que consumia crack. Em outro momento, pessoas próximas ao goleiro se envolveram em uma acusação de tentativa de pagamento de suborno a uma juíza. Dado o histórico de defesa dos sete réus que permanecem presos, poucos movimentos seriam surpreendentes. Mas, ainda assim, é bom não duvidar.

  
Fonte: Site Veja

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