Na próxima quinta-feira, Dia Internacional da Mulher, quando milhares delas prestarão homenagem às 129 operárias que morreram em 1857 (Nova York) porque brigavam pela redução da jornada de trabalho e pelo direito à licença-maternidade, algumas não terão vitórias a festejar ou conquistas a planejar.
Elas são mães, mas não cuidam dos filhos. Muitas são donas de casa, mas moram na rua. O alimento dos seus sonhos cabe em um cachimbo. É uma combinação de cocaína com bicarbonato de sódio, amônia, água destilada e, às vezes, solução de bateria.
Suas fantasias duram 10 segundos.
Os pesadelos são persistentes.
Feito com o lixo da cocaína, o crack surgiu no Brasil no fim dos anos 1980. Bem mais agressivo e muito mais barato que o pó, era uma droga consumida basicamente por homens jovens e pobres na periferia de grandes cidades.
Com pouco mais de duas décadas, há registros do consumo da pedra em todos os estados. Tornou-se popular entre pobres e ricos. Em 2010, o Ministério da Saúde estimou serem 600 mil usuários. Desses, um terço são mulheres.
No Distrito Federal, não há estudo de quantas são as dependentes, mas o consumo abafado entre as quatro paredes pela classe média e escancarado entre os pobres, muitos moradores de rua, evidencia que elas já estão fortemente inseridas nessa calamidade pública.
É uma mulher quem lidera uma das maiores bocas de fumo no DF. Em 42 anos de vida, Mãe Negona, como é conhecida em Ceilândia Norte, teve 14 filhos.
Muitos deles criados no convívio da droga. Avó de dois netos recém-nascidos, ela tornou-se uma referência vazia que atravessa gerações nesse ambiente sem perspectivas.
Já não sabe dar conta de seus meninos e meninas, que se espalharam pelo mundo.
Aqueles que ficaram, sofrem a influência do meio em que vivem. São moradores de rua e usuários de droga
(Leia matéria completa no Correio Braziliense desse Domingo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário