A poucos dias de concluir o inquérito sobre o incêndio na
boate Kiss, a Polícia Civil de Santa Maria segue ouvindo testemunhas. Nesta
terça-feira (19), prestou depoimento Nathália Daronch, a companheira Elissandro
Spohr, o Kiko, um dos sócios da casa noturna.
Nathália chegou à 1ª Delegacia de Polícia por volta por
volta das 16h acompanhada do advogado de Kiko, Jader Marques. Grávida do
empresário, ela falou rapidamente com os jornalistas e disse que seu
companheiro não teve intenção de provocar a morte de 241 pessoas.
“Eu estou grávida, o nome da minha filha é Maria Luiza e meu
marido não é um assassino. Ele não queria matar nenhuma das pessoas que estavam
lá. Muito menos eu e minha filha”, declarou Nathália, que estava na casa
noturna na madrugada de 27 de janeiro, dia da tragédia.
Nesta terça-feira (19), a polícia recebeu o exame da perícia
sobre a espuma isolante que revestia o teto e as paredes da boate. O laudo
comprovou que a queima do material liberou gases tóxicos durante o incêndio,
como cianeto e monóxido de carbono. Os mesmos gases que provocaram a morte por
asfixia de pelo menos 234 vítimas, como atestam as necropsias.
“Isso vem em
consonância com o panorama probatório já formado, especialmente em razão de
que, nos exames das vitimas, se identificou a presença de cianeto junto com a
carboxihemoglobina, que é a hemoglobina com monoxido de carbono”, comentou o
delegado regional de Santa Maria, Marcelo Arigony.
A espuma do isolamento acústico é considerada por Arigony
“protagonista” na tragédia. Além de liberar a fumaça tóxica que tomou conta do
interior da boate, ela também é o local onde o incêndio teve início, no momento
em que vocalista da banda Gurizada Fandangueira, que fazia um show na casa
noturna, acendeu um artefato pirotécnico no palco.
O laudo era o documento que faltava para a polícia concluir
o inquérito, que deve ser remetido à Justiça até o final de semana. Agora, os
delegados concentram o trabalho na
revisão do relatório final, uma espécie de resumo dos quase dois meses de
investigações. O documento vai apontar os prováveis indiciados, além de indicar
outras responsabilidades pela tragédia fora da esfera criminal.
Fonte: Site G1 RS
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