A cada minuto, um gaúcho é alvo de ladrões. São 1.841 casos de furto ou roubo por dia no Rio Grande do Sul. Embalada por esse ritmo, a lista de vítimas em um ano atingiu a marca de 672 mil pessoas – 7,1% da população do Estado com mais de 10 anos.
Os surpreendentes números compõem o suplemento especial sobre as características da vitimização no Brasil da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
— É um número alto de vítimas. No Brasil, são mais de 10 milhões de vítimas em um ano pelas projeções do IBGE. O índice reflete a realidade de um país violento. Estamos entre os primeiros países em homicídios, em mortes com armas de fogo, em violência contra jovens e adolescentes — avalia o consultor em segurança José Vicente da Silva.
O estudo que se debruça sobre a violência no Brasil traça um perfil detalhado das vítimas de furto (sem violência) e roubo (com violência ou ameaça) no Estado. Após entrevistar 29,4 mil gaúchos, o IBGE projetou outro índice alarmante: as 672 mil vítimas foram alvo de 690 mil crimes, entre setembro de 2008 e setembro de 2009. Ou seja, 18 mil gaúchos foram vítimas de ambos crimes nesse período.
Subnotificações surpreendem o futuro chefe de Polícia
Outro dado que impressionou os especialistas foi o índice de crimes não comunicados à polícia – cerca de 40% nos casos de roubos e 60% nos furtos.
— O percentual é elevado, sendo possível observar que, quanto menos grave é o fato, maior o percentual de não comunicação — afirma Rafael Canterji, professor de Direito Penal da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS).
Conforme o estudo, 39,8% dos assaltados não ligaram para a Brigada Militar ou procuraram uma delegacia da Polícia Civil. Ou seja, 97,5 mil vítimas preferiram apenas esquecer o ataque. Deste grupo, 27,5 mil pessoas teriam desistido de levar o caso adiante por descrença na polícia. Outros 17,1 mil vítimas apenas não quiseram envolver a polícia ou tinha medo de represálias após a notificação.
Nos casos de furto, a subnotificação seria ainda maior, conforme o estudo, chegando aos 59,7% do total de casos. Ou seja, das 445 mil vítimas desse crime em um ano, 265,6 mil não teriam procurado ajuda das polícia Civil e Militar. Entre essas vítimas prevaleceu a falta de provas como principal razão para não dar queixa. Por esse motivo, 130 mil pessoas deixaram de notificar as autoridades.
— Percebe-se a banalização da violência e o descrédito no Estado — diz.
O número também preocupou o futuro chefe de Polícia, delegado Ranolfo Vieira Júnior:
— Me surpreende os dados referentes aos roubos. Também chama a atenção os motivos pelos quais as pessoas dizem deixar de procurar a polícia. Não acho que seja assim, estamos trabalhando para melhorar o serviço.
Segundo o delegado, o trabalho de aproximação da comunidade por meio de programas de prevenção à violência devem ter efeito duplo: além de aumentar a confiança nas policiais, também reduzirá os indicadores criminais.
Fonte: Zero Hora
Fonte: Zero Hora
Um comentário:
OLÁ ANA,
PARA AGUENTAR, E SEM ESTRESSAR ESTAS REALIDADES TERRÍVEIS QUE SÃO ATÉ DIFÍCEIS DE ACREDITARMOS, AINDA O MELHOR ANTÍDOTO É RIR DESTES INCOMPETENTES ADMINISTRADORES E COLOCÁ-LOS PARA FORA DAS SUAS FUNÇÕES.
AQUI NO RIO DE JANEIRO, O TRÁFICO PARECIA ABSOLUTO: NÃO ERA !!!
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