O Movimento Rio de Paz pretende estender uma faixa na Praia
de Copacabana, neste domingo (24), alertando para as consequências da proibição
da venda de crack na Favela do Jacarezinho, no Jacaré, subúrbio do Rio de
Janeiro.
Com a mensagem "Emigrante do crack: quem o
acolherá?", Antônio Carlos Costa, presidente do Rio de Paz, quer chamar a
atenção das autoridades para a possível migração dos usuários da droga para
outros bairros.
“O governo tem que acompanhar de perto essas pessoas. Essa
decisão vai provocar uma série de desdobramentos sociais. Pode haver furtos,
assassinatos, além da crise de abstinência”, declarou Costa, acrescentando que
considera a medida positiva: “Vender isso é vender morte”.
Na quarta-feira (20), o tráfico fixou cartazes no
Jacarezinho avisando sobre a proibição do comércio do crack. Na ocasião, Costa
gravou um vídeo (veja acima) com alguns usuários, que se manifestaram sobre a
nova ordem dos traficantes.
Reprodução da faixa que será estendida nas areias da praia de Copacabana (Foto: Divulgação/Rio de Paz) |
Eles vão correr atrás de onde tem a droga”, disse um dos
consumidores. O grupo estima em “milhares de pessoas” os usuários de crack no
Jacarezinho e nas favelas vizinhas de Mandela e Manguinhos, onde a proibição
foi estendida.
O local abriga a maior cracolândia do Rio de Janeiro.
“Isso está contaminando os filhos das pessoas que moram na
comunidade. Eles também passam a usar”, afirmou outro viciado.
Em um outro vídeo, uma mulher diz que o vício não compromete
o cuidado com seus três filhos. ”Fico calma, normal, tranquila”, comentou.
Alguns dias depois, ela e o marido, também usuário da droga, perderam a guarda
das crianças.
A faixa do Rio de Paz terá 7 metros de comprimento e será
estendida nas areias da praia, em frente à Rua Princesa Isabel, às 16h deste
sábado.
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