O réu Elcyd Oliveira Brito foi condenado por júri popular,
na noite desta quinta-feira (16), a 22 anos de prisão pela morte do ex-prefeito
de Santo André, Celso Daniel, ocorrida em 2002. É o quinto acusado condenado
pela morte do político, sendo que um deles recorreu da sentença. A defesa de
Brito também já apresentou recurso contra a condenação nesta noite.
Ainda não foi julgado o ex-segurança Sérgio Gomes da Silva,
o Sombra, que questionou no STF o direito de o Ministério Público investigar o
caso. Foi o órgão que realizou apurações que indicam que houve crime político,
e não um crime comum, como apontado pela polícia à época.
Outro réu, Itamar Messias Silva dos Santos, deveria também
ter sido julgado na quinta-feira. Seu advogado, no entanto, convenceu o juiz a
adiar o julgamento mais uma vez – isso já havia ocorrido em maio. O argumento
apresentado pela defesa de Santos é que tinha outro julgamento para participar
na capital e que uma possível confissão de Elcyd nesta quinta poderia ser
determinante para que a defesa se preparasse para a acusação.
Daniel foi morto a tiros em 18 de janeiro de 2002, após ser
sequestrado em São Paulo. Seu corpo foi encontrado baleado no dia 20 daquele
mês numa estrada em Juquitiba, perto de Itapecerica da Serra. O promotor Márcio
Friggi de Carvalho defendeu a tese de que o então prefeito foi assassinado
porque discordava do modo como era feito o esquema de corrupção na prefeitura,
que não estava apenas abastecendo um suposto caixa 2 do PT, mas também servindo
para o enriquecimento pessoal dos participantes.
A sentença foi lida pelo juiz Antonio Augusto Hristov, no
Fórum de Itapecerica da Serra. Brito foi condenado por homicídio duplamente
qualificado, por motivo torpe e sem propiciar a defesa da vítima.
Ele teve, ainda, cinco circunstâncias desfavoráveis que
aumentaram a sua pena de 12 para 22 anos. Ele tinha passagens por porte ilegal
de arma, roubo e formação de quadrilha.
O réu foi acusado de dirigir uma Blazer, um dos veículos
usados no sequestro do prefeito na região dos Três Tombos, em Santo André,
quando Daniel voltava de um jantar na capital paulista. Questionado pelo juiz,
ele negou qualquer participação no crime e afirmou que anteriormente confessou
a participação por estar sob tortura da polícia paulista.
Brito já havia admitido a participação nos fatos de janeiro
de 2002 por duas vezes em juízo, e várias outras vezes a integrantes do
Ministério Público. Ele havia também indicado seus comparsas. A confissão foi
uma das provas apresentadas pela Promotoria, que afirmou que Brito mudou sua
versão por medo de sofrer represálias por parte de uma facção criminosa que
atua nos presídios paulistas.
Fonte: Site Espaço Vital
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