Segundo o promotor, Dayanne deve ser inocentada porque foi
“coagida” pelo policial aposentado Zezé, José Lauriano, que hoje é investigado
por participação no crime. Segundo o promotor, ele “é a pessoa que chega na
noite da morte de Eliza com Bola". O promotor diz também que Bruno deixou
a "mãe de suas filhas à mercê" de Zezé. "E Bruno conhecia o
Zezé.”
O promotor disse ainda que agora é possível saber que o
goleiro Bruno “mentiu”, mesmo sabendo de toda a verdade sobre a morte de Eliza
Samudio.
Último dia
"O futebol perdeu um goleiro razoável, mas um grande
ator", disse o promotor. Ele começou sua fala às 11h38 afirmando que a
"canalha quadrilha" levou Eliza do Rio de Janeiro para Minas Gerais e
que ela nunca fez o exame de DNA porque Bruno não quis. Ainda, segundo Castro,
Bruno agrediu Eliza, ameaçou de morte e tentou forçá-la a tomar abortivos.
Segundo ele, o jogador se negava a atender seu único pedido: o pagamento dos
exames pré-natais.
“Bruno é o articulador, ele está no comando, ele está no
controle, ele está na apuração”, disse o promotor, que afirmou que Luiz
Henrique Romão, o Macarrão, era "jagunço e faz-tudo" de Bruno. Por
isso, o goleiro enviou, depois do crime, uma carta pedindo que o “irmão”
assumisse a culpa em seu lugar.
“O plano A era que fosse negada qualquer forma de constrangimento
sobre Eliza. E Bruno mentiu, vergonhosamente mentiu, dizendo não ter
conhecimento nenhum do fim da Eliza", afirmou o representante do
Ministério Público.
Henry Castro mostrou aos jurados seis folhas de ligações do
celular de Eliza para mostrar que, depois do dia 4 de junho de 2010, ela não
usou mais o telefone. "Eliza estava privada de seu celular no sítio de
Bruno", afirma. Para a Justiça, Eliza foi morta no dia 10 de junho daquele
ano.
Ainda conforme o promotor, Bruno ameaçava Eliza desde que
ela estava grávida e, com a ajuda de Macarrão, a forçou a tomar abortivos. O
goleiro também falou para Eliza: ‘Eu quero que você morra’, segundo Castro. Por
isso, a jovem estava fugindo dele se escondendo na casa de uma amiga. Foi
quando Bruno “mudou da água para o vinho”, nas palavras de Eliza citadas por
Castro. “Eliza vai ao Rio e passa a ser enrolada por este canalha."
Bruno, diz o promotor, arquitetou um plano para matar Eliza.
“Ela falou claramente que se encontrava ameaçada de morte por Bruno",
afirma. Segundo ele, o goleiro foi ajudado pela “canalha quadrilha”. O primo
menor Jorge feriu Eliza com coronhadas de arma de fogo ainda no Rio de Janeiro,
início do sequestro, ao lado de Macarrão e no carro de Bruno, para enganá-la.
Depois que Eliza foi sequestrada, Bruno, esse "criminoso, facínora",
entrou em contato com o menor Jorge, disse Henry Castro.
O promotor citou ainda depoimentos de pessoas que afirmam
que Bruno tinha ligação com o tráfico de drogas e que já foi visto diversas
vezes em uma favela e na companhia de traficantes.
O promotor ainda ironizou o interrogatório de Bruno e também
as afirmações de Macarrão no júri popular que ao condenou em novembro. Mais
fácil tirar um dente sem anestesia do que a verdade dessa desgraça". Mas
depois completou: “uma mentira contada várias vezes não se torna verdade. Não
há poder, não há influência que possa tirar ninguém dos braços firmes da
Justiça."
Bruno fala novamente
"Sabia e imaginava", afirmou o goleiro Bruno
Fernandes de Souza em um novo interrogatório no Fórum de Contagem (MG), nesta
quinta-feira (7), sobre a morte de Eliza Samudio. A juíza Marixa Rodrigues
determinou que jogador retornasse ao plenário para ser ouvido novamente, a
pedido de sua defesa. Bruno e a ex-mulher Dayanne Rodrigues são julgados desde
segunda-feira (4) no Fórum de Contagem (MG).
Bruno respondeu a uma única pergunta de seu advogado, Lúcio
Adolfo. O defensor questionou se o goleiro sabia que Eliza ia morrer.
"Sabia e imaginava", afirmou. "Pelas brigas constantes, pelo
fato de eu ter entregado ao Macarrão o dinheiro."
Antes, Dayanne também pediu para ser ouvida novamente. Ela
afirmou que tem medo de José Lauriano, policial aposentado chamado de Zezé,
investigado como suspeito de participação na morte de Eliza Samudio. "Eu
senti medo naquele momento, tanto quanto estou sentindo agora, ainda mais
depois que o Bruno falou ontem", disse.
Nesta quinta-feira ocorrem os debates em que acusação e
defesa apresentam suas argumentações para tentar condenar ou absolver os réus.
O primeiro a expor seus argumentos foi o promotor Henry
Castro, que teve duas horas e meia de fala. Em seguida, os advogados dos réus
também terão duas horas e meia no plenário. Se o promotor pedir réplica, de
duas horas, a defesaa automaticamente tem direito à tréplica, de duas horas.
Após os debates, o Conselho de Sentença se reúne para
decidir o veredicto, se os réus serão condenados ou absolvidos.
Fonte: Site G1
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