Na minha atividade docente em três ‘instituições de aprendizagem’ distintas – UCPel, Unisinos e UFPel - eu tenho sustentado para os meus alunos e colegas professores que um dos grandes desafios do futuro – que é hoje, para mim – é o entendimento a respeito das novas formas de construção do conhecimento, e as novas experiências do aprender, ou da aprendizagem.
Embora em nenhuma das instituições nas quais eu exerço a docência eu tenha podido, na integralidade, desenvolver conteúdos de disciplinas na forma de ‘Projeto’, essa é uma ideia que tem me acompanhado nos últimos tempos, porque parece contemplar a necessária dinâmica de pesquisa-aprendizagem.
Muitas vezes eu reflito que um bom projeto, na forma de ‘estudo de caso’, por exemplo, pode reunir e interligar muitos saberes que estão distribuídos, de forma fragmentada em ‘disciplinas’ diferentes. Porque muito embora o conhecimento seja complexo, ainda o fragmentamos em ‘matérias’ ou ‘disciplinas’ que, muitas vezes mal encadeadas nos currículos universitários, atrapalham e obstaculizam a ensinagem ao invés de facilitá-la.
O que eu penso, na verdade, é que não é mais possível sustentar uma aprendizagem individualista, ou individual, que parte do protagonismo estanque do professor e do aluno. Porque agora nós precisamos aprender-ensinar em rede, ou seja, através de processos cooperativos, solidários, complexos, em interação constante, porque é isso que vai propiciar, de verdade, a construção do conhecimento, a partir das experiências que forem sendo construídas por nós, os verdadeiros autores desse processo.
Daí porque o ‘Caso Eliza Samúdio’ se transformou, para mim, num ‘projeto’ interdisciplinar de aprendizagem do Direito Penal, do Processo Penal, da Criminologia, da Prática do Processo Penal e de Direito Constitucional. Através desse caso, que para muitos toma conta da mídia de forma absolutamente desnecessária, é possível de modo muitíssimo real, uma experiência de ensinar-aprender coletiva, dialogal e interativa. Porque por esse ‘caso’ se pode aprender com inteireza, ou seja, através de sentimentos, emoções, sentidos e razão, tudo fundamentalmente importante para fomentar uma aprendizagem satisfatória, cheia de significados, porque permite aprender a aprender.
Aqui no Blog as notícias do Caso Eliza Samúdio se transformam em objeto de estudo, considerando as inúmeras perspectivas de investigação e pesquisa acadêmicas que são abertas a cada nova informação.
Se os leitores puderem se apropriar disto - como eu tenho feito - já terá valido muito a minha dedicação a este espaço.
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