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quinta-feira, setembro 2

A propósito do Exame da OAB

Carolina Cunha
Desde que saiu o edital do exame de Ordem - 2010.2 - vários colegas e amigos, quase que diariamente, mandam “scraps”, telefonam, enviam emails ou chamam no messenger pedindo dicas sobre o quê e como estudar para a primeira fase do exame.

Eu entendo a apreensão deles e me sinto feliz em poder auxilia-los, tentando pelo menos acalma-los nesse primeiro momento. Alguns dizem que a minha conversa ajuda; outros, porém, afirmam que eu os deixo ainda mais apreensivos, porque a única dica que eu lhes dou é: estudem. Foi isso o que eu fiz.

Não existe fórmula mágica para obter aprovação no exame da OAB; e diante da mudança na instituição que elaborará e aplicará a prova, fica mais difícil ter-se a noção sobre quais os modelos de questões que se apresentarão, ou adivinhar-se o que pode aparecer em termos de conteúdo, como faziam alguns cursinhos do mercado que acreditavam existir um ‘banco de questões’.

Assim, o jeito é mesmo estudar.

Quem se prepara para esse exame deve estudar com tal afinco como se pudesse, mesmo, gabaritar a prova. A partir daí, ter a tranqüilidade de quem sabe que só precisa acertar 50% dela. Além disso, é preciso considerar que alguns – mesmo os excelentes estudantes – poderão não lograr aprovação.

É...talvez seja essa a fórmula.

Pensar em gabaritar a prova é sinônimo de excluir da cabeça a ideia de que: “eu mando bem em tais e tais matéria, e as questões que devem vir sobre elas e mais as 10 questões de ética, somam 50 acertos, então, tranqüilo, nem vou estudar as outras”. Isso nem sempre dá certo. Querem um exemplo? Eu, embora tenha estudado todas as matérias, me sai mal naquelas disciplinas que eu mais conheço, como por exemplo, Direito Penal e Processual Penal. Minha sorte foi ter me preparado para todas as disciplinas – e não só para estas – durante os meus estudos. Afinal, eu pretendia acertar as 100 questões! Claro, eu já sabia que isso não aconteceria, mas eu objetivava alcançar esse fim. Foi a forma de me resguardar para poder acertar, no mínimo, as 50 questões necessárias.

E, embora eu tivesse consciência de que não gabaritaria e de que, muito provavelmente, eu não fosse conseguir obter nem a “média 7”, isso não me tirava o sono pois eu sabia que eu só precisava ir lá e “cravar cinquentinha”. Mas, confesso: eu só pensei nos cinquenta acertos no domingo pela manhã, dia da prova. Até esse momento, eu queria gabaritar.

Confiar na capacidade e acreditar que era possível foram aspectos importantes que eu aprendi por ocasião da prova da Ordem. Para ter sucesso, eu precisei compreender – com a ajuda da 'profeanaclaudia' – que eu podia ter êxito.

Todavia, é preciso ter consciência da existência de diversos fatores – externos – que também contribuem para o sucesso, com por exemplo, ter ‘sorte’ em ver na prova questões sobre temas com os quais temos mais facilidade.

Não é o exame da Ordem que diz se somos ou fomos bons estudantes ou se seremos ou não bons profissionais; ele não mede, exclusiva e unicamente, o conhecimento. Tampouco tem o condão de classificar-nos como melhores ou piores do que outros.

Dou-lhes a dica: esqueça seus colegas nessa hora; não tente competir; não queira se comparar. Esse exame não é um concurso.

Por fim, vale ler qualquer compêndio, coletânea ou resumo que tenha somente apontamentos ao texto da lei, sem maiores discussões doutrinárias, dar uma verificada na Jurisprudência e procurar, na internet, algumas questões elaboradas pela FGV – para qualquer concurso que eles tenham aplicado – e buscar resolver. Esse é um bom caminho.

Não pensem que há pouco tempo para estudar, afinal, nós estudamos para essa prova por, no mínimo, cinco anos.

Sangue frio e determinação, pessoal.

Boa sorte!

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