Pesquisar este blog

quarta-feira, janeiro 26

Ainda sobre os crimes de Palhoça(SC)


Triplo homicídio em casa de rituais

Catarinense procurou a polícia gaúcha para confessar crimes ocorridos em Palhoça (SC)

Um homem de 22 anos surpreendeu a polícia de Gravataí com uma confissão inesperada na tarde de segunda-feira, motivada, segundo ele, pela dor na consciência. Disse que havia matado três pessoas e as enterrado em Santa Catarina e que, desde então, não conseguia dormir. Entre a noite de segunda e ontem, em uma ação envolvendo a 1ª DP do município gaúcho e a DP de Palhoça (SC), os três corpos foram encontrados em uma casa de rituais naquela cidade, próxima a Florianópolis.

Três suspeitos foram presos. As vítimas ainda não haviam sido identificadas até a noite de ontem, mas uma delas, segundo o homem que confessou o assassinato, seria gaúcha.

Sem saber o nome das vítimas, Daniel de Lima contou que matou duas delas a marretadas, enquanto dormiam no chão. Depois, foi ao Fiesta no qual dormia o terceiro homem, também desferiu uma marretada e, como a vítima não morreu com o golpe, disse que aplicou-lhe uma machadada. Em seguida, afirmou que cavou uma cova e enterrou o trio.

Lima diz ter matado para roubar o automóvel, vendido posteriormente a um índio. O crime teria ocorrido em 22 de dezembro.

Agentes da DP de Palhoça não acreditam na versão de Daniel Lima.

– Não foi bem assim. Ele teve ajuda de outras duas pessoas, só não sabemos ainda qual a participação de cada um e os motivos exatos – disse Pedro Francisco, da DP de Palhoça.

Os corpos estavam nos fundos do terreno da casa de Ederson Flávio Veloso Ercego e Felipe de Souza Batista, que confessaram estar no local na hora dos assassinatos.

No quintal da residência, perto da BR-101, na região do Morro do Cambirela, a polícia localizou utensílios usados em rituais. No chão, a poucos metros de onde os corpos foram descobertos, um pentagrama (estrela de cinco pontas no meio de um círculo) foi construído com pedras. Numa cadeira, havia um cocar de plumas negras. E galinhas (algumas mortas e outras vivas) estavam presas.

– Os dois presos aqui afirmaram que estavam todos muito loucos, não souberam dizer o que ocorreu. Assim que conseguimos identificar as vítimas, ficará mais fácil esclarecer o que houve – disse Pedro Francisco.

A principal hipótese da polícia é de que, a pedido dos moradores da casa, Lima atraiu o trio para a residência, achando que a ideia era roubar o veículo. Mas os dois, praticantes de rituais, segundo suspeita a polícia, teriam usado os corpos para algum tipo de sacrifício. As ossadas serão submetidas à perícia, em Florianópolis.

Catarinense, Lima não tem antecedentes policiais no Rio Grande do Sul e, até ontem, a polícia catarinense não havia confirmado se ele tinha passagens pelo sistema prisional.

Polícia custou a acreditar na confissão

Custei a acreditar, parecia conversa de bêbado. Mas era verdade – revelou o chefe de investigações da DP de Gravataí, Jair Gonçalves, primeiro a ouvir a confissão de Daniel de Lima.

Jair conta que, às 14h de segunda-feira, o homem o procurou na delegacia. Embriagado, Lima dizia que há dias não conseguia dormir.

– Ele não falava coisa com coisa, disse que tinha procurado a Brigada Militar e o haviam posto para correr. Contou que todas as noites vinha sonhando que levava uma marretada na cabeça, por isso não conseguia dormir, e então queria confessar que havia matado três pessoas e as enterrado em Santa Catarina. Achei que era loucura, mas comecei a conversar, e vi que a história tinha algum fundamento – relatou.

Lima conta que, três dias depois, viajou para a casa de amigos no bairro Cavalhada, em Gravataí. Mas a dor na consciência o fez procurar a polícia.

– Ele nos disse que recém havia conhecido os homens. Um tinha apelido de Gauchinho. O outro, um tal de Marcos, seria de Criciúma. O terceiro seria um carioca – disse Jair.

Após o relato, Jair entrou em contato com a DP de Palhoça e fez um acordo: uma viatura da DP de Gravataí levaria Lima até Torres, no limite com Santa Catarina, e, às 19h30min, outro carro, da delegacia catarinense, o pegaria.

– Às 22h30min, os investigadores me ligaram dizendo que já haviam achado um corpo. Na manhã de hoje (ontem), ligaram de novo e confirmaram as outras duas ossadas – afirmou o policial.

Fonte: Jornal ZeroHora

Nenhum comentário: