A nova Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara sobre o
Tráfico de Pessoas, instalada no início deste mês, vai começar seus trabalhos
ouvindo integrantes da CPI sobre o mesmo tema que existe no Senado e, em
seguida, representantes dos ministérios das Relações Exteriores e da Justiça,
inclusive da Polícia Federal. O cronograma de trabalhos da CPI foi discutido
nesta terça-feira (17).
O objetivo da comissão é propor uma legislação baseada na
Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, conhecida
como Convenção de Palermo, de 2000. Os parlamentares querem apurar a relação
dos desaparecimentos de pessoas com o tráfico de pessoas para comércio
internacional de órgãos, adoção internacional ilegal, prostituição e trabalho
escravo.
A delegada da Polícia Civil e titular da Divisão de
Atendimento ao Adolescente (Data) do Pará, Cristiana Lobato, disse que também é
necessário capacitar as polícias para atender as vítimas. “Muitas vezes uma
vítima até tem interesse de buscar ajuda, mas ao chegar em uma unidade policial
e não ser bem atendida, ser discriminada, ela perde a coragem”, afirmou. “Tem
que ter uma unidade específica para atender a vítima de uma forma
satisfatória.”
Para a relatora da CPI, deputada Flávia Morais (PDT-GO),
falta uma rede de informações policiais sobre o assunto no País. "O
tráfico interno acontece de um estado para outro. A falta de integração entre
as polícias pode prejudicar a rede”, apontou. “Alguns estados têm departamentos
específicos para o tráfico de pessoas e outros estados não têm. Isso atrapalha
o sistema."
Em todo o Brasil, nove estados possuem núcleos de
enfrentamento ao tráfico de pessoas. O presidente da CPI, deputado Arnaldo
Jordy (PPS-PA), disse que a CPI deverá fazer audiências em alguns estados.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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