Mais de 400 detentos estão
rebelados. Muitos estão no telhado do presídio.
128 visitantes entre mulheres e
crianças foram impedidos de sair.
A rebelião no Complexo Penitenciário Advogado Antônio
Jacinto Filho, no Bairro Santa Maria, na Zona Sul de Aracaju (SE), já dura 7
horas. Todos os 476 internos estão rebelados desde as 14h deste domingo (14).
Por volta das 19h30, eles destelharam parte do complexo e subiram nos telhados,
de onde acenam para familiares que estão em frente à unidade.
No início da noite deste domingo (14), reforço policial foi
solicitado, e mais homens da Polícia Civil se juntaram aos 130 de diversos
núcleos da Polícia Militar que já estavam no local desde o início da tarde.
Viaturas do Grupamento de Choque e do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) foram
retiradas das imediações. Ainda não se sabe se a medida foi para atender a um
pedido dos rebelados. Equipes da Companhia de Radiopatrulha (RP) e Policiamento
de Trânsito (CPtran), Grupamento Tático Aéreo (GTA), e Corpo de Bombeiros
permanecem posicionadas em frente ao complexo.
Três agentes penitenciários são mantidos reféns e 128
visitantes, sendo mulheres e crianças, foram impedidos de sair. Um dos agentes
ficou ferido ao pular o muro de 5 metros para fugir logo no início da rebelião.
Ele foi socorrido por uma equipe do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) e
encaminhado ao Hospital de Urgência de Sergipe, na Zona Oeste da capital
sergipana, com ferimentos nas pernas e na coluna em decorrência da queda logo
no início da rebelião. Por volta das 15h, agentes que estavam de folga
receberam o chamado para retornar ao trabalho.
O clima continua tenso e os detentos estão armados com
escopetas, que foram roubadas da sala de armas, bem como uma pistola de choque,
além de armas brancas de fabricação caseira. Durante a tarde, diversos colchões
foram queimados pelos internos, em vários pontos da unidade. A gritaria no
interior do complexo podia ser ouvida facilmente no lado de fora da unidade.
Negociações
Um núcleo de negociação formado pelo capitão Marcos
Carvalho, do Núcleo de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, o secretário
da Justiça de Sergipe, Benedito Figueiredo e o promotor da 7ª vara criminal,
Luiz Claudio Almeida Santos, está em uma área de segurança onde negocia através
de rádios comunicadores, com um grupo de presos que estão no comando da
rebelião.
Às 18h15, os internos informaram ao negociador que o motivo
da rebelião seria os constantes espancamentos sofridos por eles, por parte de
policiais. Eles disseram ainda que irão entregar uma lista com todos os nomes
dos envolvidos nos casos de agressão, ao promotor de justiça Luiz Claudio
Almeida dos Santos.
Por volta das 20h30, as luzes foram cortadas a pedido da
polícia. As negociações prosseguem via rádio, e ainda não há previsão de
término da rebelião.
Fonte: Site G1
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