Pesquisar este blog

segunda-feira, abril 23

Relatório de Controle Externo da Atividade Policial: maioria dos crimes não é objeto de investigação por Delegacias de Porto Alegre


Imagem meramente ilustrativa
                    Regra em DPs da Capital, segundo um estudo do MP, é apurar delitos com "autoria conhecida" ou de "repercussão na imprensa"


Zero Hora publica nesta segunda-feira, 23, notícia sobre o conteúdo do relatório de Controle Externo da Atividade Policial, relativo ao ano de 2010,  encaminhado à cúpula da Segurança Pública do Estado do RS.

Jornal Zero Hora teve acesso com exclusividade ao documento que destaca o fato de os crimes - que não têm autoria conhecida, ou não repercutam na mídia – ficarem estagnados nas dependências dos órgãos policiais, local onde não há um serviço de investigação efetivo.

A fragilidade das investigações policiais é assunto recorrente. Em 2008, em uma série de reportagens, Zero Hora mostrou que apenas 16% dos inquéritos geravam denúncia. O restante (84%) era devolvido para investigações ou pedido o arquivamento. Pois o documento de 81 páginas, síntese das visitas de promotores às delegacias, sinaliza que quatro anos depois o problema permanece sem solução.

Segundo o relatório a que teve acesso o Jornal Zero Hora, dos 2.366 crimes registrados entre janeiro e outubro de 2010 na 7ª Delegacia da Polícia Civil, zona sul da Capital, 1.521 (64,2%) sequer foram investigados. Entre eles, há crimes graves como assaltos a residências, roubos de veículos, ataques ao comércio, cujos autores provavelmente permanecem impunes.

Proprietário de um Centro de Formação de Condutores, um empresário de 51 anos é uma das vítimas que procurou a 7ª DP. No final de janeiro, às vésperas do feriado de Nossa Senhora dos Navegantes, o homem foi rendido quando chegava a casa, no bairro Ponta Grossa. Os criminosos invadiram o imóvel de três pisos, vasculharam todos os 12 cômodos, acordaram a mulher da vítima, uma comerciante de 44 anos, aterrorizaram os três filhos do casal – dois adolescentes com 11 e 15 anos e um jovem de 19 anos.

Fugiram levando R$ 1,3 mil em dinheiro, documentos, cartões de crédito, três celulares e um Ka da família — além de um Golf vermelho, conduzido por um terceiro comparsa.

O documento também aponta que com o efetivo disponível é  pouco provável que algo fosse investigado na 7ª DP.

No dia 9 de março, data em que promotores realizaram uma das visitas à repartição, havia sete servidores trabalhando, distribuídos da seguinte forma: "...dois no cartório, três no plantão, um em outros setores e um na investigação".

Três dias após a residência ser devassada, o empresário soube que, no mesmo bairro, criminosos, também a bordo de um Golf vermelho, assaltaram uma padaria.

Para o Ministério Público do RS  não há método para decidir o que deve ser investigado: "...deixou-se de formalizar e instaurar inquéritos policiais que passaram a atender não o princípio da obrigatoriedade, mas o princípio da conveniência, ligado ao entendimento pessoal de cada delegado de polícia no que respeita à viabilidade investigatória e relevância".

Leia a matéria completa em Zero Hora

Fonte: Jornal Zero Hora

Nenhum comentário: