O combate à improbidade administrativa e à corrupção avançou
muito nos últimos anos. “Mas ainda há muito o que fazer”, afirmou sexta-feira
(1º/06) o ministro Jorge Hage Sobrinho, chefe da Controladoria-Geral da União,
em palestra no Seminário Nacional de Probidade Administrativa, promovido pelo
Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Para ele, os principais desafios no combate
aos crimes contra a administração pública são a instituição do financiamento
público de campanhas eleitorais, a maior profissionalização no serviço público
e o enfrentamento ao excesso de expedientes protelatórios das investigações.
“O financiamento de campanha (pelo setor privado) é a
principal causa de corrupção no Brasil e em outros países”, disse. Jorge Hage
contou que se afastou da política – ele já foi prefeito de Salvador e deputado
–, em 1990, por causa do sistema de financiamento de campanha eleitoral vigente
no Brasil. “Sem o financiamento público era impossível para mim”, explicou. Na
véspera, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, que também participou do
seminário, já havia denunciado o sistema como fonte de corrupção.
Parcerias – o ministro Jorge Hage explicou que a CGU
estabeleceu parcerias com outros órgãos de controle, como o Tribunal de Contas
da União, Receita Federal, Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf) e CNJ, para somar esforços no combate à corrupção. “Nenhum órgão pode
enfrentar sozinho a improbidade e a corrupção”, afirmou.
Ele apresentou um balanço das ações da CGU desde que a
criação do órgão, em 2006. No total, foram realizadas 7.723 ações, que
resultaram na punição de 3,7 mil servidores públicos – 3,1 mil deles foram
punidos com demissão, destituição e cassação de aposentadoria. Segundo o
ministro, a punição ideal para servidores em cargo de comissão é a destituição,
que impede que o profissional desonesto volte a ocupar outro cargo público.
Fonte: Agência CNJ de Notícias
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