Também foram denunciados diarista
e suspeito de executar o crime.
Idosa queria administrar os bens
da família. Ela comemorou morte do filho.
A promotora Elisa Fraga, da 12ª Promotoria de Investigação
Penal do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), pediu a prisão
preventiva e ofereceu denúncia contra Maria Selma Costa dos Santos, de 70 anos,
suspeita de mandar matar o próprio filho, José Fernandes dos Santos, em Duque
de Caxias, na Baixada Fluminense.
Além da idosa, também foram denunciados a diarista Maria
José da Silva Dias, de 42 anos, e Isaac Paula de Moraes, de 22 anos, que também
tiveram a prisão preventiva pedida.
Os pedidos do MP-RJ estão no Tribunal de Justiça do Rio
(TJ-RJ) esperando aceitação, ou não, por parte do juiz.
Maria Selma teria pedido à empregada dela, Maria José, que
procurasse alguém para matar o próprio filho, José, para poder administrar os
bens da família. A polícia acusa Isaac de ter matado José Fernandes com quatro
tiros, em 29 de novembro de 2011.
'Ele foi para o inferno', teria dito idosa, ao comemorar
morte do filho.
A empregada da idosa afirmou que Maria Selma comemorou ao
saber que os assassinos haviam concluído a execução, de acordo com o RJTV. Em
depoimento à polícia, a doméstica Maria José contou que, na comemoração, a
patroa chegou a dizer que o filho tinha “ido para o inferno”. A mãe, a
empregada e Isaac estão presos em Bangu, na Zona Oeste da capital. Todos vão
responder por homicídio duplamente qualificado.
A família Dos Santos é bastante conhecida em Duque de
Caxias.
O avô de José Fernandes foi prefeito por duas vezes da
cidade, e também exerceu um mandato à frente da Prefeitura de Rio Bonito, no
interior do estado. A família também era dona de um cartório em Caxias.
Maria Selma teria pago R$ 20 mil para que o assassino
cometesse o crime. De acordo com as investigações, ela queria administrar os
bens da família, entre eles vários imóveis, que estavam nas mãos de José
Fernandes, filho dela.
Testemunhas com mesmo advogado
A mulher, então, pediu que a empregada encontrasse alguém
para matar o filho. Maria José foi a única que confessou participação no
assassinato. De acordo com as investigações, José Fernandes saía de casa em um
carro, quando deixou o automóvel para fechar a porta da residência. Neste
momento, dois homens em uma moto o cercaram e dispararam contra ele. Quatro
tiros atingiram José, que morreu na hora. Isaac teria cometido o crime com
outro suspeito, que ainda é procurado pela polícia.
“Continuamos com a investigação em andamento para localizar
o segundo atirador”, disse o delegado.
Os investigadores desconfiaram da idosa depois que várias
testemunhas do caso prestaram depoimento acompanhados de um mesmo advogado.
“Nós nunca tínhamos visto a mãe de uma vítima contratar advogado para
acompanhar depoimento de testemunhas para o esclarecimento da morte do filho”,
disse o delegado Márcio Esteves, da 59ª DP (Duque de Caxias), que está à frente
do caso.
Foi uma investigação de seis meses. O delegado ficou muito
impressionado com os dois primeiros depoimentos de Maria Selma. “No primeiro
depoimento, acompanhado do advogado dela, Maria Selma disse que o filho era
muito calado e que não tinha conhecimento das atividades do filho. Em nenhum
momento ela demonstrou, ou levantou suspeita de ser a mandante do crime”,
afirmou Esteves. “A equipe de policiais, a princípio, não desconfiou de nada.
Só no decorrer das investigações chegamos a essa conclusão”, complementou.
“Maria Selma deu R$ 5 mil de entrada ao Isaac. Depois disso,
a Maria Selma ficou pressionando a Maria José para que o Isaac concluísse o
combinado: a morte de José Fernandes”, explicou o delegado. “Na terça-feira,
tentamos ter uma declaração de Maria Selma, mas orientada pelo advogado, ela se
reservou ao direito de falar somente em juízo. Na terça-feira, cumprimos um
mandado de busca e apreensão, e localizamos R$ 147 mil em espécie, que está
apreendido. A origem deve ser da administração de bens”, finalizou Esteves.
Fonte: Site G1
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