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quinta-feira, julho 12

Desembargadora e filha desacatam PMs em blitz da Lei Seca, e afirmaram terem sido agredidas: agressões recíprocas?


A desembargadora Yara Ramires da Silva de Castro, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2), de São Paulo, e a filha dela, a advogada Roberta Sanches de Castro, de 39 anos, foram encaminhadas, no final da noite de quarta-feira, 11, para a sede da Corregedoria da Polícia Militar, na região central da capital paulista, ao se envolverem em uma discussão com policiais militares da Companhia Tática do Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran) na Avenida Paulista.

Eram 23h45 quando o Chery QQ vermelho, conduzido por Roberta e ocupado também pela desembargadora e outras duas passageiras, uma delas, segundo a PM, tia da motorista, foi parado pelos policiais numa blitz da Operação Direção Segura que era realizada na pista sentido centro em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero. Segundo os PMs, a soldado Cláudia se aproximou do carro e solicitou a CHN e a carteira de identidade de Roberta. Após entregar os documentos, a condutora ficou indignada ao ser convidada pela policial a realizar o teste do bafômetro. "Isso é uma palhaçada. Mãe, mostra para ele quem nós somos.", disse Roberta à desembargadora, segundo os policiais.

A magistrada, de acordo com a PM, então desceu do carro, pegou o documento de identificação dele e jogou contra a policial. Após pegar o documento de volta, a desembargadora tentou deixar o local com a filha, mas os documentos de Roberta já estavam com os policiais. A filha da magistrada, segundo os policiais, na tentativa de recuperá-los, tentou agredir a policial, mas acabou atingindo o 3º sargento Edmilson, que se posicionou na frente da soldado. Os policiais afirmaram que as duas passageiras que estavam no banco traseiro, ao testemunharam o incidente, deram razão aos policiais. "Eles estão realizando o serviço deles, foram educados. Parem vocês com essa palhaçada", disse uma delas.

Segundo ainda um dos policiais, as duas passageiras então resolveram desistir da carona e pegaram um táxi. Mãe e filha foram encaminhadas para a Corregedoria da PM para prestar depoimento e de lá seriam levadas para o plantão do 78º Distrito Policial, dos Jardins. Segundo os policiais, Roberta e Yara responderão por desacato. Contra Roberta também será feito um auto de infração de averiguação de embriaguez, pois ela se recusou a passar pelo bafômetro. Neste caso, a condutora é multada em R$ 957,70, mas não fica impedida de dirigir até a conclusão do inquérito. A motorista, segundo os policiais, após deixar a Corregedoria, seria encaminhada também para o IML para realizar teste clínico de embriaguez ou, então, teste por meio de coleta de sangue, caso concordasse em retirá-lo.

Às 4 horas desta quinta-feira, segundo o soldado Maschio, um dos que participavam da blitz e que esteve na Corregedoria para acompanhar o depoimento das duas mulheres detidas, a desembargadora recusava-se a ir para a delegacia dos Jardins e corria o risco de ser presa em razão disso.

Contraponto:

A desembargadora Iara de Castro, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2), de São Paulo disse que foi agredida pelos PMs. "Chegou um policialzinho que me empurrou e me agrediu", afirmou a magistrada. A confusão começou quando sua filha, a advogada Roberta Sanches de Castro, se recusou a fazer o teste do bafômetro quando o carro que conduzia foi parado, em frente à Fundação Cásper Libero.

A advogada, que também responde por desacato, explicou que partiu para cima dos PMs depois que um deles empurrou sua mãe. "Tinha me recusado a fazer o teste do bafômetro, porque acho uma arbitrariedade. Eles estavam verificando os documentos, e o policial empurrou a minha mãe. Fui para cima dele."

De acordo com a PM, a advogada disse aos policiais que a blitz era uma "palhaçada". Sua mãe teria jogado o documento do carro contra um policial. Segundo os policiais, Roberta tentou agredir um PM na tentativa de recuperar o documento, e acabou atingindo o 3º sargento Edmilson, que se posicionou na frente da soldado.

Iara afirma que se sentiu desrespeitada. "Eles desconhecem completamente o que é um desembargador o que é senso de hierarquia. (Não têm) o mínimo de respeito. Isso (o teste do bafômetro) é uma arbitrariedade."

Fonte: O Estadão 

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