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segunda-feira, agosto 13

Preso o ex-médico Marcelo Caron


Ele está condenado a 29 anos de prisão em regime fechado. É acusado de ter provocado a morte de cinco mulheres e deformações físicas em 29, por complicações em cirurgias de lipoaspiração.

Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal prendeu na BR-101, em Canguaretama/RN, às 23h30 de sábado (11), o médico Marcelo Caron, quando - numa fiscalização de rotina - parou o veículo Gol de placas MYB-6578.

Durante a abordagem um dos policiais reconheceu o condutor por este ter se envolvido em casos de grande repercussão na mídia nacional, em que várias pessoas sofreram lesões corporais permanentes pelas cirurgias plásticas de Caron. O médico não possuía qualificação profissional necessária para cirurgias plásticas, mesmo assim realizou vários procedimentos vitimando diversos pacientes.

Em fevereiro deste ano ele foi condenado pela Justiça de Goiás, pelo crime de lesão corporal, e também responde por homicídio. Expedido mandado de prisão, Caron estava foragido. Aos policiais, ele informou que estava residindo na Praia da Pipa, no município de Tibau do Sul (RN).

Após as verificações de praxe no momento da fiscalização, constatou-se que existia um mandado de prisão em aberto contra Caron, expedido pela 9ª Vara Criminal de Goiás.

O ex-médico - cassado pelo Conselho Federal de Medicina - foi transferido para o Centro de Detenções de Parnamirim.

A carreira de Caron


* O paulista Denísio Marcelo Caron, nascido em 1962, foi acusado de ter provocado a morte de cinco mulheres e deformações físicas gravíssimas em 29 por complicações em cirurgias de lipoaspiração, realizadas no Estado de Goiás e no Distrito Federal nos anos de 2000 a 2002. Ele não estava habilitado a realizar cirurgias plásticas, mas mesmo assim apresentava-se como especialista em lipoaspiração, quando clinicava em Goiânia.

* Formado pela Universidade Serevino Sombra (junho 1988), na cidade de Vassouras (RJ), ele tentou obter o título de especialista junto à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), mas teve seu pedido negado, por não ter apresentado todos os documentos necessários, e em 7 de abril de 2000 foi desligado da entidade.

* Apesar disso, continuou a realizar lipoaspirações em seu consultório, provocando a morte de três pacientes mulheres entre março de 2000 e março de 2001. A morte das três foi causada por infecção generalizada decorrente de erros no procedimento médico.

* O Ministério Público goiano iniciou investigações, mas desde logo obrigou Caron a firmar compromisso de não clinicar até que as investigações das outras queixas feitas contra ele fossem concluídas.

* Beneficiado pela demora no oferecimento de denúncia, Caron mudou-se então para o Distrito Federal e passou a realizar lipoaspirações em um hospital de Taguatinga. Contrariando a lei, exercia a profissão valendo-se de seu registro no Conselho Regional de Medicina em Goiás, sem fazer o registro secundário obrigatório no CRM-DF. Dificilmente obteria este registro pois estava respondendo a 35 sindicâncias no CRM-GO.

* Em Taguatinga, duas pacientes vieram a falecer nas mesmas condições das mulheres goianas, o que levou Caron à prisão em fevereiro de 2002, da qual saiu quatro dias depois por força de habeas corpus. Diante desses fatos, seu registro de médico foi definitivamente cassado.

* Com sucessivos recursos, Caron tem evitado a conclusão dos processos penais a que responde em Goiás e no Distrito Federal. Mas, recentemente, o ex-médico foi condenado a pagar R$ 200 mil de indenização à família de Graziela Murta de Oliveira, por danos morais. A jovem morreu em fevereiro de 2002, vítima de insuficiência renal, respiratória e hepática, depois de passar por cirurgia de lipoaspiração no abdome, coxa e nádegas.

* Em 2003, ele foi condenado a pagar indenização de R$ 88 mil por danos morais e materiais a Marlene Maria Alves uma das ex-pacientes que apresentou sequelas após ter se submetido a cirurgia plástica.

* Em 8 de julho de 2009, Caron foi condenado a 30 anos de prisão - 29 anos em regime fechado e um ano em regime aberto - pelas mortes das brasilienses Graziela Murta Oliveira e Adcélia Martins de Souza
           
Fonte: Site Espaço Vital 

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