O Ministério da Educação decidiu alterar o cálculo da nota
dos cursos de ensino superior. O quesito
professor com doutorado perdeu peso, enquanto aumentou o valor para o docente
com mestrado e com dedicação integral.
Chamada de CPC (Conceito Preliminar de Cursos), a nota é
usada para fiscalizar os cursos superiores. Os que ficam com nota 1 ou 2 (numa
escala até 5) são inspecionados e podem até fechar.
A diminuição do peso
para doutores era um pedido das instituições privadas, que afirmam ser difícil
contratar professores tão qualificados em algumas áreas do conhecimento ou
regiões do país.
Profissionais com doutorado tendem também a ganhar mais e
serem mais qualificados por fazerem pesquisas.
Para educadores,
houve afrouxamento nas exigências de qualidade. O MEC diz que o momento é o de
induzir melhorias em outros aspectos.
Com a nova fórmula, a proporção de professores com doutorado
cairá de 20% para 15% da nota. Os cinco pontos serão distribuídos entre os
quesitos docentes mestres e com dedicação integral.
Também haverá aumento no peso para a existência de projeto
pedagógico e a qualidade da infraestrutura.
Ingressantes
Essa elevação virá do quesito nota dos ingressantes no Enade
(exame de universitários), que deixará de ser contabilizada, pois os calouros
não fazem mais a prova.
"Já estamos em um bom patamar em alguns pontos e
precisamos induzir a melhoria de outros", disse o presidente do Inep
(responsável pela avaliação), Luiz Cláudio Costa, sobre a redução do peso para
doutores no CPC. "A redução não foi tão alta."
Nos últimos cinco anos, a proporção de doutores nas
instituições subiu de 22% para 29%. Já a dedicação integral subiu de 36% para
47%.
"Uma alteração dessa faz com que as instituições
segurem a contratação de doutores, o que traz prejuízos à qualidade",
afirmou o pesquisador da área de educação José Rothen, da Ufscar.
Diretor do Semesp (sindicato das universidades privadas),
Rodrigo Capelato diz que a alteração corrige "em parte" distorções.
"O peso para doutor era grande. Melhorou, mas segue alto."
Fonte: Folha de São Paulo
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