Delegada afirma que de fato Adão fraudou o ponto no Salgado
Filho
No primeiro dia à frente do caso, a Delegacia Fazendária
constatou que o neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves, que faltou ao
plantão de Natal no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, fraudou a folha
de ponto. Segundo a delegada Izabela Rodrigues Santoni, já há provas de que,
apesar de o médico faltar, sua assinatura constava do ponto, o que configura os
crimes de estelionato e falsidade ideológica. O inquérito foi instaurado
anteontem, para investigar se houve crime contra a administração pública.
- Houve fraude, e ele (Adão) se beneficiou financeiramente
com isso. O fato é que ele não trabalhou e recebeu por isso. Em novembro, por
exemplo, o doutor Adão faltou um dia. Verifiquei no livro de ocorrências do
hospital que a ausência havia sido comunicada pelo chefe da equipe de plantão
do neurocirurgião, Ênio Lopes. A chefe da emergência, no entanto, não passou um
memorando para a direção avisando sobre a falta. Além disso, o ponto tinha a
assinatura dele no dia em que ele não trabalhou - explicou a delegada.
Por causa da falta do médico no Natal, Adrielly dos Santos,
de 10 anos, baleada na cabeça, esperou oito horas por uma cirurgia. A menina
acabou morrendo sexta-feira passada.
Ontem, o titular da 23ª DP (Méier), delegado Luiz
Archimedes, que indiciou o neurocirurgião por omissão de socorro, conclui o
inquérito e o enviou para o Ministério Público. O policial ouviu a última
testemunha do caso, o funcionário terceirizado do Salgado Filho Rafael José
Alves Costa, que confirmou ter pedido uma ambulância para transferir Adrielly,
mas não apresentou qualquer documento comprovando ter acionado a Central de
Regulação da Secretaria municipal de Saúde.
Fonte: Globo
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