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terça-feira, fevereiro 19

Escutas revelam que detento deixava presídio para roubar bancos no RS

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça revelam como roubos a agência bancária com uso de explosivos são planejados no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.


Obtidas pela RBS TV, as gravações mostram que um foragido entrava e saía do Instituto Penal de Viamão (IPV) para combinar ataques com um presidiário, que fugia para cometer os crimes e depois voltava à cadeia. Até uma pedreira foi comprada pela quadrilha para treinar as explosões, como mostra a reportagem do Bom Dia Rio Grande.

As gravações foram realizadas pela Polícia Civil de Sombrio, no interior de Santa Catarina, e culminaram na prisão de Dênis Martins Fernandes, o Pimenta, em dezembro, um dos que falam na ligação. Ele foi surpreendido em uma casa em Atlântida Sul, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, onde foram apreendidas toucas ninja, um fuzil e armamento.

O homem que entrava e saía livremente da penitenciária é suspeito de ter ligação com o bando de Elisandro Falcão, morto durante confronto com a Brigada Militar no final do ano passado, após assaltar uma fábrica de joias em Cotiporã, na Serra gaúcha. Segundo investigações da Delegacia de Roubos e Extorsões do Rio Grande do Sul, o grupo chegou a adquirir uma pedreira em Santo Antônio da Patrulha para realizar treinamentos e comprar dinamite legalmente. Conforme o delegado Juliano Rodrigues, vizinhos da pedreira costumavam ouvir explosões no local, onde foram encontrados restos de caixas eletrônicos.

Em uma das escutas, Fernandes conversa com um homem não identificado e discute a quantidade de explosivos necessária para explodir uma agência do Banco do Brasil em Antônio Prado, na Serra, crime que viria a ser consumado dias depois. Eles comentam outro assalto praticado em Sombrio, onde a quantidade de explosivos utilizada foi maior que a necessária, o que teria prejudicado “um pouquinho” ação.

Confira o trecho:

Denis: “Quem fez esse bagulho pra mim foi o que pegaram lá em Santa (Catarina), entendeu? Eles pegaram em Santa e usaram dois e meio”.

Suspeito: “Mas não deu muito dano? Não prejudicou muito dentro?”
Dênis: “Bah, prejudicou um pouquinho, um pouquinho, mas também jogou o bagulho longe. Abriu daquele jeito”.

Em outro trecho dos áudios obtidos pela RBS TV,  Dênis telefona para Tiago Moares da Silva, o Pequeno, detido em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Eles acertam a compra de armas para os assaltos. "Eu sei do AK novo, né? Nós temos uma 30 de ferrolho e uma 30 automática. E um 762. E duas 30, 30 aquelas sabe? Tu tem colete?", pergunta Dênis.

De acordo com a polícia, Dênis também era foragido do mesmo presidio onde estava Tiago. E precisava entrar na cadeia discretamente para combinar os assaltos.  A tática era entrar por um “mato”, próximo a penitenciária. Quando havia policiais próximos ao mato, o acesso era via estacionamento.

Confira o trecho:
Tiago: “Ô cupincha, os guris falaram que entrou duas viaturas aqui atrás, tá ligado?”
Dênis: “Então vou pela frente?”

Tiago: “Isso, vai pelo estacionamento bonitinho”.
Dênis: “Tá na mão então.”

Em nota, a Susepe lembrou que a Secretaria de Segurança realizou no dia 25 de janeiro uma operação envolvendo todas as instituições de segurança do estado, que resultou na apreensão de diversos materiais depois de quatro meses de investigação.

Como resultado, vários mandados de prisão foram expedidos. O órgão também informou que está sendo avaliada a construção de um muro de contenção ao redor do IPV.

Fonte: site G1. 

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