Pedido partiu do Ministério Público e da defesa de Bruno.
Julgamento do goleiro e da ex-mulher dele está marcado para 4 de março.
O Ministério Público Estadual e a
defesa do goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza arrolaram Jorge Luiz Rosa,
primo do jogador, como testemunha no júri popular marcado para o dia 4 de março
no I Tribunal do Júri de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A informação foi divulgada pelo
Tribunal de Justiça de Minas Gerais nesta segunda-feira (25). Ainda segundo o
tribunal, a juíza Marixa Fabiane Lopes, que vai presidir o júri, comunicou que
Jorge será ouvido em juízo.
O julgamento de Bruno está
marcado para o próximo dia 4 de março. Ele responde por homicídio triplamente
qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da
vítima); sequestro e cárcere privado e ocultação de cadáver.
A ex-mulher do goleiro, Dayanne
do Carmo Souza, acusada de envolvimento no sequestro e cárcere privado de
Bruninho, também estará no banco dos réus.
Jorge, hoje com 19 anos, é
considerado testemunha-chave no processo, porque foi o primeiro a afirmar que
Eliza não tinha simplesmente desaparecido. Por envolvimento no assassinato,
ficou dois anos e dois meses numa unidade para menores infratores.
Ele falou com exclusividade ao
"Fantástico", em reportagem exibida neste domingo (24). Até então,
não havia dado entrevista sobre o caso Eliza Samudio. Jorge era menor de idade
à epoca do desaparecimento e foi mantido em programa de proteção à testemunha
até dezembro do ano passado. Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social,
ele solicitou o desligamento.
Enquanto estava sob proteção do
estado, Jorge não participou do júri que condenou Luiz Henrique Ferreira Romão,
o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorado de Bruno. Em novembro do
ano passado, a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do Tribunal do Júri de
Contagem, negou pedido do promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro para que
o primo do goleiro fosse ouvido por videoconferência. Entre as justificativas,
a juíza disse que estava claro que Jorge não queria colaborar no processo e, na
condição de informante, e não de testemunha, ele não seria obrigado a isso.
'Não tinha como o Bruno não
desconfiar'
Ao Fantástico, Jorge Luiz Rosa
afirmou que Bruno sabia que o crime estava sendo planejado, apesar de ter
negado o conhecimento do atleta na primeira resposta. Ao ser perguntado se
Bruno sabia que o crime aconteceria e era planejado, Jorge disse que “não tinha
como não desconfiar. Tava debaixo do nariz dele. Com o Macarrão do jeito que
gostava tanto dele, fazia qualquer coisa por ele, não desconfiar daquilo ali?
Não mandou matar, mas...”, disse.
Inicialmente, na entrevista, o primo havia afirmado que Bruno não sabia
de nada. Mas depois mudou de opinião e
pediu para responder a pergunta novamente.
Jorge ainda diz que Macarrão lhe
ofereceu R$ 15 mil para matar Ingrid Calheiros, atual mulher de Bruno. Esse
fato teria acontecido quando Jorge foi morar com Bruno no Rio e tinha uma
dívida relacionada a drogas.
Sem citar o nome de Marcos
Aparecido dos Santos, o Bola, que está com julgamento marcado para o dia 22 de abril – Jorge Luiz faz outra
revelação: era pra Bruninho - na época, com quatro meses - também ser morto.
“Pelo Macarrão, a criança tinha morrido também. Dentro do carro, pegou e falou
pra mim que só não deixou, só não mandou matar a criança também porque o cara
que executou a mãe dele, da criança, não quis fazer nada com a criança. falou
que, com a criança, não. Não quis matar a criança”.
Durante o processo, Jorge mudou o
depoimento pelo menos quatro vezes. Segundo o Ministério Público, eram
tentativas de diminuir a participação de Bruno no crime. Sobre o assassinato de
Eliza, o primo do goleiro deu vários detalhes ao Fantástico. Tudo começa quando
Bruno pede para ele e Macarrão buscar Eliza e o filho dela num hotel, no Rio de
Janeiro. O motivo seria levar a criança ao médico, mas no trajeto, ele e
Macarrão brigaram com Eliza.
Jorge afirmou que bateu em Eliza,
machucou a boca e o nariz dela. A mulher foi levada juntamente com a criança
para a casa do goleiro. O primo do atleta ainda afirmou que o goleiro viu Eliza
machucada em casa, contradizendo o depoimento de Bruno à Justiça. Na mesma
noite, ela teria sido levada para Minas Gerais.
O primo de Bruno contou detalhes
sobre os últimos momentos de vida da mulher. Ele disse que Macarrão parou o
carro em frente a uma casa, e que deixou a bagagem de Eliza lá dentro. Falei: ô
Macarrão, vou esperar lá fora. Nisso, o Macarrão lá dentro com a Eliza e a
criança. Depois de umas meia-hora, 40 minutos, veio o Macarrão só com a criança
nos braços. Falei: cadê a mãe dessa criança, Macarrão? Que essa criança tá
chorando que nem doida. Ele falou: toma a criança aqui. Nós temos que dar um
jeito de explicar para o Bruno. O que que nós vai falar o negocio dessa mulher
aqui, que deu merda o negócio ai”, contou.
Jorge seguiu dando mais detalhes.
“Ele só falou que o problema dele tava resolvido. Ele falou que tinha dado umas
bicudas nela, antes dela morrer, antes de enforcar ela. Falou que já tinha
descontado a raiva dele que ele tava dela, do Rio de Janeiro. E depois vendo
ela enforcar, ele rindo e a criança no colo dele”, disse.
O primo de Bruno ainda afirmou
que nunca viu o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos – o Bola –, acusado de
ser o executor de Eliza Samudio, e não conhece ele. Jorge Luiz confessou que
tem medo de morrer. “Eu fiquei com medo mesmo foi do... dessa pessoa mesmo que
matou a Eliza, do Macarrão ter o contato dela e querer que faça alguma coisa
comigo”, confessou.
Fonte: Site G1
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