Ele teria se encontrado em motel
com Macarrão antes do crime.
Procurado, ele não quis se
pronunciar sobre as acusações.
Às vésperas do julgamento do goleiro Bruno Fernandes,
acusado de mandar matar a ex-amante Eliza Samúdio, um policial civil aposentado
pode ser incluído na lista de envolvidos no crime. Esse novo personagem teria
agido junto com os amigos do jogador, segundo informou o Ministério Público de
Minas Gerais.
Bruno e a ex-mulher Dayanne Rodrigues vão a júri popular a
partir de segunda-feira (4). Ele é acusado de mandar matar Eliza para não pagar
pensão alimentícia ao filho, Bruninho. Dayanne responde pelo sequestro e
cárcere privado do filho de Eliza com o goleiro. O julgamento acontece no Fórum
de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. O julgamento do Bola, que
foi desmembrado, está marcado para o dia 22 de abril.
De acordo com o Ministério Público, o policial aposentado
José Lauriano de Assis Filho, conhecido como Zezé, teria se encontrado com Luiz
Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, no motel em Contagem (MG) onde estavam
Eliza e o filho. As investigações apontam uma intensa troca de telefonemas
entre os dois, antes e depois da morte da jovem.
A promotoria afirma que vai denunciar o policial. “O
Ministério Público tem convicção da participação do Zezé. Ele pode ser
responsabilizado pelo homicídio, pelo sequestro de Eliza e de sua criança e
também pela ocultação do cadáver da moça”, afirmou o promotor Henry Wagner
Vasconcelos de Castro.
A hipótese de um encontro em um motel em Contagem, Região
Metropolitana de Belo Horizonte, surgiu após análise das antenas das quais as
ligações entre Zezé e Macarrão se originavam. De acordo com o Ministério
Público, entre o segundo dia do sequestro de Eliza e a noite do crime, houve 39
ligações.
Em determinado momento, os telefonemas são feitos com os
homens a mais de 20 quilômetros de distância um do outro: Macarrão estaria no
motel e Zezé na casa dele. Uma hora depois, os telefones usam a mesma antena,
ou seja, estavam na mesma região.
"As antenas são claras, eles se conheciam. Eles se
encontraram", afirmou o promotor.
O depoimento de uma funcionária do motel reforça a suspeita.
Segundo ela, um homem moreno estacionou no pátio e subiu à suíte onde estariam
Macarrão, Jorge Luiz Lisboa (primo do goleiro Bruno e adolescente na época do
crime), Eliza e o filho dela. No depoimento, a mulher afirma que o homem ficou
cerca de 40 minutos no local.
No domingo passado (24), Jorge Luiz Lisboa revelou que,
enquanto Eliza e o filho eram mantidos sequestrados no motel em Contagem,
Macarrão recebeu um telefonema. O fato teria acontecido cinco dias antes da
morte da ex-amante de Bruno. Zezé é quem teria telefonado a Macarrão, segundo
as investigações.
“O telefone dele tocou e, ai, ele pegou e falou assim: ô,
Jorge, fique aqui que eu vou ter que sair rapidinho. Eu falei ‘normal’. Saiu, e
eu peguei e fiquei. Foi uma coisa de maia hora, ele ficou lá para o lado de
fora”, afirmou o primo de Bruno.
José Lauriano Ferreira foi procurado pela reportagem na casa
onde mora, mas ele não estava. Por telefone, ele não quis comentar a
investigação.
Mais um suspeito
Outro policial suspeito de envolvimento na morte de Eliza,
segundo o Ministério Público, é Gilson Costa. O policial trabalhava com Marcos
Aparecido dos Santos, o Bola, para quem desempenhava funções administrativas.
Entre o início do sequestro de Eliza e o dia das prisões dos suspeitos, Gilson
e Bola trocaram ao menos 50 ligações. Ele foi acusado junto com Bola pela morte
de dois homens em 2008.
Gilson Costa disse ao Fantástico que a troca de telefonemas
entre ele e Bola ocorreu porque os dois têm propriedades próximas e, enquanto
Gilson viajava a Ituiutaba, no interior de Minas Gerais, Marcos Aparecido dos
Santos tomava conta da residência. “Tenho uma casa próximo de onde a casa dele
era arrendada, e por eu estar viajando, eu sempre ligava pra ele para ele olhar
para mim lá”, contou.
Costa também afirmou estar trabalhando fora de Belo
Horizonte na época do desaparecimento de Eliza e nega o envolvimento no crime.
Os nomes de Zezé e Gilson já haviam sido identificados no
início das investigações, mas só agora eles estão sendo formalmente ligados ao
crime. De acordo com o promotor Henry Wagner, isso ocorreu devido à
complexidade do caso. “Isso decorre do amadurecimento, mesmo do olhar que se
lança sobre um caso tão complexo”, disse.
O advogado do goleiro Bruno, Lúcio Adolfo, reclamou da
entrada de novos
investigados ao caso, o que, segundo ele, atrapalha o
processo. “Essa ideia de fazer essa investigação agora é para tumultuar o
processo e para criar uma dúvida maior.
O mais absurdo é que se pretende, se pretendia, que Bruno
fosse levado a julgamento sem menor conhecimento dos jurados de uma
investigação buscando novos autores”, afirmou.
Fonte: Site G1
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