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quinta-feira, abril 26

Situação do Presídio Central é "irrecuperável"


Foto: Pedro Revillion


Laudo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia pede interdição da penitenciária

O laudo elaborado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RS), após a vistoria realizada na última quinta-feira no Presídio Central de Porto Alegre, revelou que o local apresenta “um grau de risco crítico, tendo em vista o impacto de desempenho tecnicamente irrecuperável para a finalidade de utilização a que se destina.” Os resultados foram divulgados na tarde desta quinta-feira.

À primeira vista, durante a inspeção na semana passada, engenheiros do Crea afirmaram que um dos principais problemas do local eram as instalações elétricas aparentes, que oferecem riscos à saúde dos presos, funcionários e visitantes. O balanço oficial apresentado nesta quinta-feira solicita a intervenção imediata da penitenciária para sanar as irregularidades apontadas no laudo de inspeção.

“Nós concluímos que se façam intervenções urgentes no local. Mas a definição da obra, e do que deve ser feito, é uma decisão política. Nós apenas apontamos o caminho técnico”, explica o presidente do Crea, Luiz Alcides Capoani. Além disso, a recuperação do Presídio Central é antieconômica, segundo Capoani. 

“Da forma que está é totalmente antieconômico. Todas as questões, elétrica e hidráulica, e as instalações, está tudo em condições péssimas. Até porque o presídio construído na década de 50 com tecnologia já ultrapassada temos hoje várias hipóteses de se construir presídios com tecnologia moderna, e que, sem dúvida, sairá bem mais econômico do que fazer a obra de recuperação”.

Participaram da inspeção, além do Crea, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS) e o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), que também elaborou um laudo técnico. Segundo o Cremers, há inúmeros problemas relacionados à questão de saúde dentro do presídio, entre eles, dificuldade de obter vagas para transferência dos apenados para outros hospitais, o ambulatório possui um número pequeno de salas para atender a população carcerária, além de ser insuficiente a quantidade de profissionais da saúde para atender a demanda.

O presidente da OAB gaúcha, Cláudio Lamachia, que recebeu os relatórios, não descarta a possibilidade de solicitar a interdição da casa prisional, caso o Executivo não interfira. “Se nós não tivermos um cronograma efetivo por parte do governo do Estado, a OAB estará estudando, através do seu Conselho Seccional, as próximas medidas, que seriam medidas judiciais, e até mesmo, eventualmente, uma proposição de interdição completo do Presídio Central”, ponderou Lamachia.

A OAB solicitou uma reunião com o governador Tarso Genro nesta sexta-feira para apresentar os dois relatórios. Atualmente, há 4,6 mil homens presos na instituição, que tem capacidade para abrigar cerca de duas mil pessoas. O Presídio Central é considerado o pior do Brasil.

Ministério Público não acha adequado implodir o Presídio Central

A proposta do Governo do Estado de até junho abrir 1,6 mil vagas em presídios no Rio Grande do Sul, para desafogar a superlotação do Presídio Central, foi apresentada nesta quinta-feira ao Ministério Público (MP), em reunião com representantes do órgão e o secretário de Segurança, Airton Michels.

Um novo encontro entre procuradores e promotores deve ocorrer nos próximos dias para que seja elaborado um documento de autoria do MP, a respeito das condições da penitenciária e propostas para amenizar os problemas do local. O ofício será enviado para análise do secretário Michels.

O MP é contrário à alternativa de implodir o Central e não reformá-lo. “Aparentemente é uma coisa simples. Aquela área não tem um grande valor, mas a implosão representa um custo extraordinário. Implodir, remover, tudo isso custa. Nós achamos que não é o mais adequado implodir”, explica o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Dornelles.

Fonte: Site Correio do Povo 

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