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domingo, maio 13

Corrupção na cadeia III: um destino com escla

Matéria do Jornal Zero Hora deste Domingo 

Foi a partir de um acordo informal que o grupo de presos do Pio Buck envolvido em um dos maiores esquemas de corrupção do sistema penitenciário gaúcho ganhou o direito de trabalhar na olaria da Brigada Militar em Alvorada, na Região Metropolitana.

À época, o local estava sob responsabilidade da Fundação Brigada Militar (FBM), uma entidade privada criada em 1997 para, entre outras funções, administrar bens do Estado por meio de convênios. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) não tem registro algum tanto das saídas quanto do trabalho dos detentos do albergue entre os anos de 2007 e 2008.

Diretor-presidente da FBM no período, o coronel da reserva Arlindo Bonete Pereira explica que uma empresa terceirizada, contratada pela fundação, administrava o trabalho na olaria. Conforme Bonete, a entidade apenas repassava verbas para que a empresa pagasse os presos, sem ter contato direto com os detentos.

– A administração do Pio Buck ofereceu o serviço. Foi um contrato verbal, uma experiência para saber se funcionaria. Como eram escolhidos os presos, como ficavam os presos, não sei te responder – diz o antigo diretor-presidente.

Produção da Olaria era destinada à BM

Além da olaria, um convênio com duração de cinco anos com a administração estadual permitiu à fundação manter sob sua responsabilidade outros bens da BM, como o Ginásio da Brigada na Capital e três fazendas no Interior.

Bonete afirma que a entidade não recebia dinheiro do Estado pelo acordo, encerrado em meados de 2009 e não renovado por desinteresse do Estado. A ideia era administrar e renovar os bens durante o período.

À margem da freeway, nas proximidades do Distrito Industrial de Alvorada, a olaria que deveria ser o destino dos presos do Pio Buck hoje está inativa. Desde o final do convênio entre o Estado e a Fundação Brigada Militar, o local deixou de produzir os tijolos que eram vendidos ou utilizados para atender necessidades pontuais de unidades da BM ou de policiais militares.

O local ainda aguarda uma definição do comando da corporação para receber um destacamento do 4º Regimento de Polícia Montada (RPMon), de acordo com o diretor do Departamento Logístico e de Patrimônio da BM, coronel Renato Fraga. O local deve abrigar 30 cavalos e 30 cavalarianos que vão atender Alvorada, Gravataí, Cachoeirinha e Viamão.

– Estamos tratando de reformas que são necessárias para receber os equinos e da reforma dos alojamentos – adianta o tenente-coronel Solon Beresford, comandante do 4º RPMon.

Fonte: Site Jornal Zero Hora


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