Dono de empresa de concursos e
funcionários de prefeitura foram presos.
Operação Gabarito aconteceu na
manhã desta segunda em várias cidades.
Após as denúncias de fraudes em concursos públicos exibidas
no programa Fantástico, uma operação conjunta prendeu, nesta segunda-feira
(18), quatro suspeitos de participarem do esquema na Paraíba.
Entre os suspeitos
detidos estão um advogado proprietário de uma empresa organizadora de concursos
e três funcionários públicos da prefeitura de Caldas Brandão.
A operação Gabarito contou com as equipes Polícia Civil,
Controladoria Geral da União e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
O promotor Otávio Paulo Neto, coordenador do Gaeco, disse
que além dos mandados de prisão, também foram cumpridos seis de busca e
apreensão.
Os mandados de prisão temporária foram expedidos pela
comarca da cidade de Gurinhém. Os três funcionários da prefeitura de Caldas
Brandão, no Agreste paraibano, faziam parte da comissão de licitação do último
concurso realizado na cidade, no dia 9 de dezembro de 2011.
O presidente foi preso na casa dele em João Pessoa e outros
dois integrantes da comissão foram presos no Agreste. Um deles é o secretário
de administração do município.
O terceiro mandado foi cumprido na cidade de Guarabira, no
Brejo do estado. O dono da empresa que realizava os concursos foi preso em
casa.
Todos os suspeitos
foram levados para a cidade de Gurinhém, de onde foram emitidos o mandados de
prisão. Até as 8h desta segunda, os policiais ainda realizavam uma catalogação
em documentos nas casas dos suspeitos e de parentes deles. Computadores e
pastas foram apreendidos.
O prefeito da cidade de Caldas Brandão está viajando e não
foi localizado para prestar depoimentos sobre a acusação de realizar um
concurso de forma fraudulenta. A empresa do advogado suspeito de fraudar os
resultados dos concursos, não atendeu as ligações.
De acordo com o promotor Octávio Celso Gondim, a prefeitura
teria comprado vagas à empresa que realiza o concurso. No esquema, os
integrantes da prefeitura entregavam os nomes das pessoas que deveriam ser
aprovadas. A empresa preenchia gabaritos com os nomes e a assinatura dessas
pessoas e colocava a folha nos envelopes em que os fiscais das provas tinham
colocado todas as folhas de resposta do dia do exame.
Os investigados vão responder pelos crimes de frustração do
caráter competitivo,
formação de quadrilha,
falsidade ideológica e corrupção ativa e passiva. As penas dos crimes
somadas chegam ao máximo de 21 anos de reclusão.
Segundo o MP, os agentes se passaram por assessores de uma
prefeitura e teriam conseguido fechar a realização de um concurso com vagas
compradas na mesma empresa. As investigações devem continuar para descobrir se
outros concursos foram realizados no estado de forma irregular. O concurso do
município deve ser anulado, segundo o promotor.
O programa Fantástico mostrou no domingo (17) como
funcionava este esquema em todo o país.
Cerca de 50 policiais civis e seis agentes da CGU, além dos
promotores do MP, participaram da operação na Paraíba.
Os quatro presos serão levados para a Central de Polícia
Civil de Campina Grande. Às 10h30 esta marcada um entrevista coletiva em João
Pessoa no Núcleo Criminal do Ministério Público do Estado da Paraíba na cidade
de João Pessoa.
Fonte: Site G1
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