Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 11, o
Ministério Público informou que denunciou junto à 10ª Vara Criminal de Porto
Alegre oito pessoas por tráfico de drogas e participação no PCC (Primeiro
Comando da Capital), organização criminosa baseada em São Paulo e com
articulação em todos os estados brasileiros.
Conforme a denúncia, assinada pelo
Promotor de Justiça da Especializada Criminal da Capital Ricardo Felix
Herbstrith, Marlon Nischespois Correa, o “Gaúcho”; Jose Carlos Schimidt Silva,
de alcunha “Primo”; Michael Leandro Santos, o “Maik, Magrão ou Paulista”;
Wagner Nilson de Abreu, conhecido como “Waguinho”; Alan Daniel Saldanha
Fernandes, o “Daniel”; Marcos José Viotti, de alcunha “Mineiro”; Jane Subtil
Gomes, a “Nega Jane”; e Vilmar Rodrigues da Silva, o “Maninho”, associaram-se
de forma estável, para praticar o delito de tráfico de drogas.
O MP pediu a prisão preventiva dos denunciados. Gaúcho está
preso no Presídio de Corumbá, no Mato Grosso do Sul; Primo encontra-se foragido
da Justiça; Waguinho está na Penitenciária Estadual do Jacuí; Daniel e Mineiro
permanecem no Presídio Central; Maninho está em liberdade provisória; Maik e
Nega Jane não tem condenação contra eles.
Conforme o Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos
Institucionais, Marcelo Dornelles, as investigações fazem parte da “Operação
Carpa”, referência ao peixe que limpa o leito do rio. Ela foi iniciada em abril
a partir de relatórios do Ministério Público de Mato Grosso e São Paulo. Foram
monitorados, então, integrantes do PCC em presídios gaúchos, de Corumbá (MT) e
São Paulo. “Foram identificadas as pessoas, monitorada a movimentação e bloqueada
a aquisição de recursos financeiros a partir do tráfico de drogas. Esse foi um
trabalho de inteligência do MP para que a célula do PCC não se estabeleça no
Rio Grande do Sul”, enfatizou.
Em seguida, Ricardo Herbstrith demonstrou alguns passos da
Operação. “Foram milhares de horas de escutas telefônicas, em que se detectou
que o PCC abandonou a estrutura política de auxílio aos presos e passou a ser
uma organização criminosa de tráfico de drogas”, analisou.
Além disso, durante as investigações, não houve menção à
promoção de ataques às forças policiais, como ocorreu em SP e SC mês passado. A
“Operação Carpa” apreendeu 5,7 kg de crack e 500 g de cocaína em agosto deste
ano com Daniel, que retornava pela Rodoviária de Porto Alegre com a droga a
mando do PCC. Foram três pessoas presas em flagrante, e um foragido foi
capturado em Bagé ao preparar uma ação. Também foram identificadas contas
bancárias utilizadas pela organização criminosa para a lavagem de dinheiro.
Participaram da entrevista coletiva, ainda, o Coordenador do
Centro de Apoio Operacional Criminal, David Medina, e os Promotores-Assessores
da Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Adriano
Marmitt e Cesar Faccioli.
ORGANIZAÇÃO INTERNA
Estatuto da facção criminosa foi encontrado na Penitenciária Estadual de Jacuí, diz MP (Foto: MP/Divulgação) |
Os integrantes são todos chamados de ‘irmãos’. Dois meses
após sair do presídio, eles devem continuar contribuindo com o caixa da
organização. Periodicamente, a organização realiza rifas entre os integrantes
para angariar recursos para as ações. As formas de comunicação entre os líderes
do grupo e as células regionais se dão através de “salves gerais”, que se
constituem em ordens para diversas atividades, desde ataques até o informe das
rifas. Há a figura do “salveiro” , que envia os comunicados.
O PCC é organizado a partir de seis estruturas: comando,
financeira, operacional, controle de pessoal, jurídica e de expansão de poder.
Fonte: Site do MP
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