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domingo, março 3

Plano do governo ajudará combate ao tráfico de pessoas, diz presidente de CPI


O novo plano do governo para o enfrentamento ao tráfico de pessoas, anunciado na terça-feira (26), melhorará o combate a esse tipo de crime, segundo avaliação do presidente da CPI criada na Câmara para discutir o tema, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA). O parlamentar lembrou que o documento estava pronto há quase um ano e foi amplamente discutido com especialistas, sociedade civil e várias instituições.

"Será uma espécie de diretriz para a atuação das diversas entidades sobre como melhorar a eficácia do enfrentamento desse crime hediondo, que atenta contra o bem jurídico mais importante: a vida humana. Temos de parabenizar o Executivo por, finalmente, lançar essa iniciativa”, afirmou.

O plano de enfrentamento ao tráfico de pessoas será implementado de 2013 a 2016. Entre as metas, estão a criação de mais dez postos de atendimento em cidades de fronteira; a perda dos bens dos envolvidos com o tráfico de pessoas; e o envio ao Congresso de projetos de lei que também tipifiquem como crime o tráfico humano destinados aos trabalhos escravo, doméstico e infantil; e para a retirada de órgãos.

Estão previstas ainda a capacitação de profissionais, instituições e organizações; a produção e divulgação de informações sobre o assunto; a mobilização da sociedade; e a proposição de ações para o combate à prática criminosa.


Legislação
O deputado Luiz Couto (PT-PB), outro integrante da CPI, também manifestou apoio à medida. Segundo ele, o envolvimento do Executivo vai ajudar a alterar a legislação vigente, que só pune aqueles que praticam o crime com o objetivo específico da exploração sexual. "Muitas crianças também são traficadas para a adoção ilegal”, informou. Couto destacou ainda que meninas são aliciadas para trabalhar como modelo, mas acabam sendo escravizadas e exploradas sexualmente .


O deputado Amauri Teixeira (PT-BA), participante da CPI do Trabalho Escravo, declarou que o colegiado vai dialogar com a CPI do Tráfico de Pessoas, a fim de propor uma legislação articulada para as duas situações.

Denúncias

Para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que apresentou o plano junto com as ministras Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para Mulheres, e Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, o aperfeiçoamento da legislação é importante, mas não é o maior problema para enfrentar o problema está no medo das pessoas de denunciarem o crime.

"A principal dificuldade que enfrentamos está no fato de as pessoas que são vítimas terem medo ou vergonha de falar. Precisamos conscientizar a sociedade de que as informações têm de chegar ao Poder Público, pois, sem esses dados, não temos como abrir inquéritos, investigar e punir", declarou.

Nesse sentido, o plano prevê a ampliação dos serviços Disque 100 e Disque 180. Por meio do Disque 100, poderão ser denunciados a violência e o abuso contra crianças e adolescentes. Já o Disque 180 é uma central de atendimento específica para as mulheres.

Delegacias especializadas

O Executivo também anunciou a criação de novas delegacias especializadas no combate a crimes contra os direitos humanos e a implementação de mais vinte centros de referências especializados no atendimento a mulheres vítimas do tráfico de pessoas.

Segundo levantamento do governo, foram identificadas 2072 vítimas entre 2005 e 2011. Nesse período, 381 pessoas foram indiciadas por tráfico, principalmente de mulheres, porém menos da metade foi presa. As vítimas foram encontradas em países como Suriname, Suíça, Espanha e Holanda.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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