Odete Hoffman, 88 anos, provou a polícia que é capaz de
disparar arma.
Polícia tenta esclarecer se foi a aposentada que matou
invasor em 2012.
A Polícia Civil não tem mais dúvidas de que a aposentada
Odete Hoffman, de 88 anos, é capaz de disparar uma arma de fogo. Nesta
segunda-feira (22), ela participou da reconstituição do assassinato de um
assaltante no seu apartamento em Caxias do Sul, na serra gaúcha, em junho de
2012. Depois, foi levada a um estande de tiros, onde efetuou dois disparos.
“Apresentamos a arma utilizada e ela demonstrou para nós que
tem força para disparar o gatilho”, disse o delegado Joigler Paduano, responsável
pelo caso, em entrevista coletiva.
Segundo a Polícia Civil, o objetivo da perícia era
determinar se ela conseguia atirar com um revólver calibre 32, o mesmo usado no
crime. O delegado não soube precisar se ela acertou ou não os alvos, que já
haviam sido utilizados. Independente disso, a aposentada saiu do local
aplaudida por pessoas que participavam de um curso de tiros.
No início da tarde, Odete participou da reconstituição do
crime no interior do seu apartamento. Durante cerca de 50 minutos, a aposentada
explicou aos policiais como matou o assaltante, de 33 anos, no dia 9 de junho.
Ela disse que viu o invasor depois de acordar, foi até o armário pegar o
revólver e deu três tiros. Ao sair do local, declarou aos jornalistas que
“ficou triste” ao relembrar do fato .
A dúvida se era ela a autora do homicídio surgiu quando o
resultado do laudo feito pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), divulgado em
outubro, não apontou resquícios de pólvora ou outro metal na mão da aposentada,
o que seria esperado em razão do tipo de arma utilizada. Tanto a idosa quanto a
família, no entanto, continuaram sustentando a versão inicial.
Conforme o delegado Paduano, todas as perícias sobre o caso
já foram feitas, mas ele pretende interrogar novamente a aposentada e os
familiares dela. Ele diz que foi encontrada uma “divergência na perícia
essencial ao inquérito”, mas que não pode dar detalhes sobre o caso. Há dúvidas
se a idosa estava mesmo sozinha no apartamento. Ele não estabeleceu prazo para
a conclusão das investigações.
O caso
O homem foi morto com três tiros depois de invadir o
apartamento da aposentada. O crime ocorreu no final da tarde de 9 de junho, em
Caxias do Sul. Na época, a aposentada assumiu a autoria dos três disparos. No
entanto, o laudo do exame residuográfico, que determina se há presença de
pólvora na pele, deu negativo no resultado divulgado em outubro.
À polícia e em entrevistas, a idosa contou que acordou com
um homem estranho dentro de seu apartamento. Ela disse que pegou um revólver no
armário e atirou uma vez contra o suspeito. Quando o homem estava caído,
aproximou-se e atirou mais duas vezes. O assaltante morreu no local.
Segundo a análise dos peritos do Instituto Geral de Perícias
(IGP), não havia qualquer resquício de pólvora nas mãos da aposentada. De
acordo com a polícia, a arma usada era um revólver calibre 32, tipo que
deixaria fragmentos de pólvora em que a disparasse. A família da aposentada
segue afirmando que os três disparos foram feitos por Odete. Uma filha da
aposentada garante que não havia mais ninguém na residência.
A atitude da idosa ganhou repercussão nacional. Em
entrevista ao Fantástico, Odete contou como teria feito os disparos. "Não
me arrependi, mas não queria ter feito", disse a idosa. A mulher disse que
pensou ser o neto em seu quarto. "Eu estava só observando, falando com ele
carinhosamente, pensando que era o meu neto. Ele não me dava confiança.
Quando
saiu de costas eu percebi que não era meu neto. Levantei sem aparelho, sem
óculos, sem muleta, sem nada. Eu entrei no quarto e olhei o lugar da arma,
estava tudo intacto. Fui à procura dele (do assaltante). Quando ele levantou os
braços eu vi que ele ia saltar em mim. Foi o momento em que eu dei o primeiro
tiro", relatou.
Fonte: Site G1 RS
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