A Promotora de Justiça pediu a prisão do sexto policial por suposta Tortura
O mandato contra a sargento I.L.V. foi cumprido no início da noite de
quinta-feira pela Brigada Militar
Por: Álvaro Guimarães -
alvaro.policia@diariopopular.com.br
A Promotoria de Justiça de Jaguarão determinou a prisão de
mais um policial militar da cidade por envolvimento no caso de tortura que
teria sido realizado contra cinco suspeitos de furtar a casa de um dos PMs e a
motocicleta de outro. O mandato de prisão contra a sargento I.L.V. foi cumprido
no início da noite de quinta-feira pela Brigada Militar (BM). Na sexta-feira
(26) a sargento foi transferida para Porto Alegre onde estão os outros cinco
acusados.
Na quarta-feira a promotora Cláudia Pegoraro havia
apresentado a denúncia contra os policiais R.F.N., E.F.P., E.R.S., J.S.V.,
O.S.F e contra a sargento. Um civil, F.M.C. também foi denunciado como
participante da sessão de tortura realizada na madrugada de 7 de setembro. Ele
é o único que ainda permanece em liberdade.
O comando do 3º Batalhão de Polícia de Área de Fronteira
(BPAF) informou, sexta-feira, que o policiamento na cidade foi reforçado por
policiais transferidos temporariamente dos quartéis de Rio Grande e Pelotas. O
número exato de PMs enviados para Jaguarão, no entanto, não foi detalhado.
A denúncia
A denúncia do Ministério Público (MP) assinada pelos
promotores Cláudia Rodrigues Pegoraro, de Jaguarão, e Luciano Vaccaro, da
Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais aponta cinco
policiais militares e um civil como os autores da sessão de tortura e, ainda,
de coação de testemunhas. Um dos policiais também foi denunciado por posse
ilegal de um revólver calibre 38.
Os policiais O.F. e I.V são acusados, ainda de abuso de
autoridade, por forjar uma prisão em flagrante e invadir uma residência para
apreender objetos furtados sem mandado judicial.
Relembre o caso
Na noite de 6 de setembro, os policiais O.F. e J.V. tiveram
suas residências furtadas. Os dois estavam de folga. Eles pediram ajuda para
outros três policiais que estavam de serviço naquela noite R.N., E.P. e E.S. e
para a sargento I.V. que também estava de folga. Durante a madrugada, os seis
realizaram uma verdadeira caçada pela periferia e zona rural de cidade em busca
de suspeitos dos crfime. A cada invasão de residência, o grupo algemou
suspeitos dos furtos e agrediu as vítimas com chutes e socos para depois
colocá-los dentro da viatura. Em seguida se encaminharam para a chácara de
propriedade de J.V., na localidade da Santinha, interior da cidade e lá
espancaram os suspeitos com pedaços de pau e rebenque. As vítimas relataram que
também foram sufocadas com sacos plásticos. A tortura durou até o raiar do dia.
Uma das vítimas é um adolescente de 17 anos.
Fonte: Diário Popular
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