Pesquisar este blog

segunda-feira, abril 23

Sistema Prisional: juízes gaúchos denunciarão más condições do Presídio Central à OEA



A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) irá encaminhar representação sobre as más condições do Presídio Central de Porto Alegre à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). O documento pode levar até 90 dias para ser encaminhado. O presidente da entidade, juiz Pio Giovani Dresch Dresch espera que os problemas sejam resolvidos antes desse período e não seja necessário encaminhar o documento.

Conforme o presidente da Ajuris, a decisão tomada na tarde desta segunda, em reunião do Conselho da entidade, está orientada pela série de violações reconhecidas ao longo dos últimos anos e tornadas públicas recentemente em vistorias feitas por instituições e entidades.  Vistoria da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS) e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RS) e do Conselho Regional de Medicina (Cremers) relataram situações de risco de vida por conta das instalações para os presos.  Imagens feitas no local evidenciaram as condições precárias de instalações elétricas e de saneamento, além de riscos de desabamento nas estruturas.

“O problema da superlotação, que é enfrentado há muitos anos sem solução, as péssimas condições estruturais do prédio, e a precariedade sanitária do local, que ajuda a promover a disseminação de doenças praticamente erradicadas como a tuberculose”, descreve Dresch. Segundo ele, o departamento de Direitos Humanos da Ajuris irá formular o conteúdo e o texto da representação.

O presidente da Ajuris também disse que entidade irá dialogar com os governos estadual e federal, OAB, Cremers, Crea-RS, por soluções as quais poderão ser praticadas em caráter urgente. Caso não evite a condenação na Comissão, o Brasil passa a ser taxado como violador dos direitos humanos em âmbito internacional. Segundo Dresch, foi o que ocorreu em relação a problemas semelhantes no sistema carcerário. Ele exemplificou lembrando da Penitenciária Aníbal Bruno, de Pernambuco, onde a OEA determinou a nomeação de agentes e reformas sanitárias, fato que ocorreu em seguida.

Nesta segunda, o Presídio Central anunciou a criação de uma ala exclusiva para homossexuais. A tentativa é de humanizar a situação de detentos que sofriam com o preconceito, sujeitos a agressões e proibições por parte de outros presos.

Nenhum comentário: