Produtos feitos por presos da penitenciária Ariosvaldo
Campos Pires, de Juiz de Fora/MG, estão ganhando fama internacional. Detentos da
unidade – que abriga pessoas que cumprem pena em regime fechado e semiaberto,
além de presos provisórios – trabalham na produção de peças em tricô e crochê,
parte delas assinadas pela estilista mineira Raquel Guimarães. Os produtos já
foram vendidos em 70 lojas multimarcas no Brasil, além de Nova Iorque e Tóquio.
Em Paris, exatamente na Place Vendôme, lugar mais badalado
da moda mundial, já foi inaugurado um show room permanente das peças produzidas
pelos homens que cumprem pena na penitenciária de Juiz de Fora. O projeto
funciona no presídio desde 2009 e tem contribuído para a reintegração dos
detentos no mercado de trabalho. Projetos dessa natureza são fomentados pelo
programa Começar de Novo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), como forma de
garantir a ressocialização de egressos do sistema carcerário e evitar a
reincidência criminal.
Réveillon – O artesanato produzido no presídio de Juiz de
Fora também já serviu de decoração para o badalado e concorrido réveillon do
Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Foram 1.600 suportes de velas,
feitos de vidro e revestidos de crochê, confeccionados pelas mãos dos detentos
que deixaram o histórico prédio ainda mais bonito.
O trabalho no sistema prisional tem se mostrado benéfico a
todas as partes: ao Estado, que cumpre sua função de humanização e
ressocialização dos indivíduos que estão presos; aos próprios detentos, que têm
a oportunidade de se profissionalizarem enquanto cumprem pena; e aos parceiros,
que contam com mão de obra mais barata e com alta produtividade.
Além disso, o trabalho autônomo desenvolvido pelos presos
reforça o vínculo deles com a família. São os familiares que levam o material a
ser trabalhado e que vendem o produto fabricado, gerando renda. Dos 480 presos
da penitenciária, 267 estão envolvidos em atividades laborativas.
Fonte: Agência CNJ de Notícias
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