Advogado informou que recorreu
também da sentença que condenou atleta.
Bruno foi sentenciado a 22 anos e
três meses de prisão pela morte de Eliza.
Cronologia Caso Eliza 2013 (Foto: Editoria de Arte/G1) |
Bruno foi condenado a 17 anos e 6
meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo
torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3
anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais
1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. A pena foi aumentada porque o goleiro
foi considerado o mandante do crime, e reduzida pela confissão do jogador. O
atleta e a ex-mulher, Dayanne Rodrigues, foram julgados durante quatro dias no
Fórum de Contagem, Minas Gerais; ela foi absolvida.
Na última sexta (8), após a
condenação do atleta, o advogado Lúcio Adolfo adiantou que pediria a anulação
do júri. “Tem um artigo que fala, no Código de Processo Penal, que o direito ao
silêncio do acusado deve ser respeitado de tal forma que é proibido fazer
qualquer referência a ele. Se for preciso, inclusive, usar algema no réu é
proibido fazer referência ao uso de algema”, disse o defensor, na ocasião.
Segundo Adolfo, na tarde da
última quinta (7), durante o julgamento, o advogado da mãe de Eliza José
Arteiro se exaltou depois que Bruno se manteve em silêncio. “Isso,
absolutamente, anula o processo”.
Além disso, Adolfo afirmou que um
dos jurados reside em Belo Horizonte. O que poderia, também, trazer a anulação,
segundo o advogado.
Condenação do goleiro
O goleiro Bruno Fernandes de
Souza foi condenado a 22 anos e 3 meses pelo assassinato e ocultação de cadáver
de Eliza Samudio e também pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho.
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do jogador, foi absolvida da acusação de sequestro
e cárcere privado do bebê.
Bruno foi condenado a 17 anos e 6
meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo
torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3
anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais
1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver.
A pena foi aumentada porque o
goleiro foi considerado o mandante do crime, e reduzida pela confissão do
jogador.
Eliza desapareceu em 2010 e seu
corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do
goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo
e não reconhecia a paternidade.
O advogado Lúcio Adolfo, que
representa o atleta, recorreu da condenação. O promotor Henry Wagner
Vasconcelos de Castro afirmou que esperava pena de 28 a 30 anos de prisão para
o réu e anunciou que vai recorrer para aumentar a punição.
A sentença da juíza Marixa
Fabiane Lopes Rodrigues foi lida em 19 minutos. Em sua decisão, ela disse que a
personalidade de Bruno "é desvirtuada e foge dos padrões mínimos de
normalidade" e destacou que "o réu tem incutido na sua personalidade
uma total incompreensão dos valores".
A magistrada afirmou ainda que
"a execução do homicídio foi meticulosamente calculada" e que
"Bruno acreditou que, ao sumir com o corpo, a impunidade seria
certa".
Por fim, ela lembrou que,
assassinada, "a vítima [Eliza Samudio] deixou órfão uma criança de apenas
quatro meses de vida".
Para a Justiça, a ex-amante do
jogador foi morta em 10 junho de 2010, em Vespasiano (MG), após ter sido levada
à força do Rio de Janeiro para o sítio do goleiro em Esmeraldas (MG), onde foi
mantida em cárcere privado. A certidão de óbito foi emitida por determinação
judicial. A criança, que foi achada com desconhecidos em Ribeirão das Neves
(MG), hoje vive com a avó em Mato Grosso do Sul. Um exame de DNA comprovou a
paternidade.
A Promotoria afirma que, além de
Bruno e Dayanne, mais sete pessoas participaram dos crimes. Luiz Henrique
Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro,
ex-namorada do atleta, foram condenados no júri popular realizado em novembro
de 2012.
No dia 22 de abril, Bola será
julgado. Em 15 de maio, enfrentarão júri Elenílson Vitor da Silva, caseiro do
sítio, e Wemerson Marques de Souza, amigo do goleiro. Sérgio Rosa Sales, primo
de Bruno, foi morto a tiros em agosto de 2012.
Outro suspeito, Flávio Caetano
Araújo, que chegou a ser indiciado, foi absolvido.
Jorge Luiz Rosa, outro primo do
goleiro, que era menor de idade na época da morte, cumpriu medida
socioeducativa por crimes similares a homicídio e sequestro.
Atualmente tem 19 anos e é
considerado testemunha-chave do caso.
Fonte: Site G1 RS
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