Essa é a segunda vez que general
se manifesta em tom ameaçador antes de um julgamento do Supremo Tribunal
Federal
O ex-comandante do Exército
Brasileiro e atual assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional
Eduardo Villas Bôas escreveu mensagem que pode ser facilmente interpretada como
intimidação ao Supremo Tribunal Federal.
Na véspera em que a Corte julga
os ADCs 43, 44 e 54 que questionam a execução de pena após condenação em
segunda instância, o militar da reserva afirmou que “é preciso manter a energia
que nos move em direção à paz social, sob pena de que o povo brasileiro venha a
cair outra vez no desalento e na eventual convulsão social”.
Não é a primeira vez que o
militar se manifesta às vésperas de um julgamento do Supremo. Em 2018, quando
os ministros julgaram pedido de Habeas Corpus do ex-presidente Lula, ele também
se manifestou em tom ameaçador.
Meses depois deu a entender em
entrevista a Folha de S.Paulo que pretendia “intervir” caso o Supremo
concedesse Habeas Corpus ao ex-presidente Lula, em abril deste ano. "Temos
a preocupação com a estabilidade, porque o agravamento da situação depois cai
no nosso colo. É melhor prevenir do que remediar", disse. "É melhor
prevenir do que remediar", resumiu.
Nesta quarta-feira (16/10), o
presidente Jair Bolsonaro fez uma visita à casa do general, que recebeu alta
hospitalar no último sábado (12). O militar apresentou melhora no quadro
respiratório que provocou sua internação.
Villas Bôas sofre de uma doença
neuromotora degenerativa e havia sido internado no último dia 2 de outubro no
Hospital das Forças Armadas (HFA) e transferido no dia 6 para a unidade do
Hospital Sírio Libanês de Brasília.
Em maio deste ano, Villas Bôas
foi protagonista de uma crise no governo Bolsonaro. O ex-comandante do Exército
foi chamado de “doente preso a cadeira de rodas” pelo autoproclamado filósofo e
guru do governo, Olavo de Carvalho.
O ataque ao militar gerou comoção
pública e uma onda de solidariedade de lideranças de diversos matizes
políticos.
Fonte: Conjur
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