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segunda-feira, setembro 27

Exame da OAB - Questões de D. Penal e D. Processual Penal

Atualizado às 13:08

Eis as questões de Direito Penal e Processual Penal do Exame da OAB que ocorreu no Domingo (26).

1. A respeito do regime legal da prescrição no Código Penal, tendo por base a ocorrência do fato na data de hoje, assinale a alternativa correta:

(A) A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter  por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa;
(B) A prescrição da pena de multa ocorrerá em 2(dois) anos, independentemente do prazo estabelecido para a prescrição da pena de liberdade aplicada cumulativamente;
(C) Se o réu citado por edital permanece revel  e não constitui advogado fica suspenso o processo, mantendo-se em curso o prazo prescricional, que passa a ser computado pelo dobro da pena máxima cominada ao crime;
(D) São causas interruptivas  do curso da prescrição previstas no Código Penal , dentre outras,  o recebimento da denúncia ou da queixa,  a pronúncia, a publicação da sentença condenatória ou absolutório recorrível.


2. Com relação ao concurso de delitos, é correto afirmar que:


(A)  No concurso de crimes as penas de multa são aplicadas distintamente, mas de forma reduzida;
(B) O concurso material ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes com dependência fática e jurídica entre estes;
(C) O concurso formal perfeito, também conhecido como próprio,  ocorre quando o agente, por meio de uma só ação ou omissão,  pratica dois ou mais crimes idênticos, casos em que as penas serão somadas;
(D) O Código Penal Brasileiro adotou o sistema de aplicação de pena do cúmulo material para os concursos material e formal imperfeito, e da exasperação para o concurso formal perfeito e crime continuado.


3. Paula Rita convenceu sua mãe adotiva, Maria Aparecida, de 50 anos de idade,  a lhe outorgar um instrumento de mandato para movimentar sua conta bancária, ao argumento de que poderia ajudá-la efetuar  pagamento de contas, pequenos saques, pegar talões de cheque etc,  evitando assim que a mesma tivesse que se deslocar para o banco no dia a dia.  De posse da referida procuração, Paula Rita compareceu à agência bancária onde Maria Aparecida possuía conta e sacou todo  o valor que a mesma possuía em aplicações financeiras, no total de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), apropriando-se do dinheiro antes pertencente a sua mãe.
Considerando tal narrativa, assinale a alternativa correta:


(A) Paula Rita praticou o crime de estelionato em detrimento de Maria Aparecida e, pelo fato de ser sua filha adotiva, é isenta de pena;
(B) Paula Rita praticou crime de furto mediante fraude em detrimento de Maria Aparecida e, pelo fato de ser sua filha adotiva, é isenta de pena;
(C) Paula Rita praticou o crime de estelionato em detrimento de Maria Aparecida e, pelo fato de ser sua filha adotiva, não é isenta de pena;
(D) Paula Rita praticou o crime de furto mediante fraude em detrimento de Maria Aparecida e, pelo fato de ser sua filha adotiva, não é isenta de pena.


4. Fundação Pública Federal contrata o técnico de informática  Abelardo Fonseca para que opere o sistema informatizado destinado  à elaboração  da folha de pagamento de seus funcionários. Abelardo, ao elaborar a referida folha de pagamento, altera as informações sobre a remuneração dos funcionários da Fundação no sistema,  descontando a quantia de  cinco reais de cada um deles.  A seguir, insere o seu próprio nome e sua própria conta bancária  no sistema, atribuindo-se a condição  de funcionário da Fundação  e destina à sua conta o total dos valores desviados dos demais. Terminada  a elaboração da folha, Abelardo remete as informações à seção de pagamentos, a qual efetua os pagamentos de acordo com as informaçõe lançadas no sistema por ele.
Considerando tal narrativa, é correto afirmar que Abelardo praticou crime de:


(A) Estelionato;
(B) Peculato;
(C) Concussão;
(D) Inserção de dados falsos em sistema de informações.


5. João da Silva, José da Silva e Maria da Silva são os acionistas controladores  do Banco Silva's  e Família,  cada um com 30% das ações com direito  e exercendo respectivamente os cargos de Diretor-Presidente, Diretor Comercial e Diretora de Contabilidade. Em razão das dificuldades financeiras que afetam o banco Silva's e Família os diretores decidem por em curso as seguintes práticas: (1) adquirir no mercado títulos do tesouro nacional já caducos(portnto sem valor algum) e, utilizando-os como simulacro de lastro, emitir títulos do banco para captar recursos financeiros junto aos investidores;(2) forjar negócios com pessoas jurídicas inexistentes a fim de  simular ganhos; e, por fim (3)  fraudar o balanço  da instituição simulando lucros no exercício ao invés dos prejuízos efetivamente sofridos.
Os primeiro doze meses demonstraram resultados excelentes,  com grande aumento de capital,  mas  os vinte e quatro meses seguintes são marcados por uma perda avassaladora de recursos, levando o banco à beira da insolvência, com um passivo  cerca de 50 vezes maior que o ativo.  Nesse momento, o Banco Silva's e Família sofre uma intervenção do Banco Central  e todos os fatos narrados acima vêm à tona.
Assinale a alternativa que indique o(s) crime(s) praticado(s) pelos acionistas controladores:


(A) Crimes de falsidade ideológica, falsidade documental e estelionato qualificado;
(B) Crime de gestão temerária de instituição financeira;
(C) Crime de gestão fraudulenta de instituição financeira;
(D) Crime de gestão temerária em concurso  com crime de gestão fraudulenta de instituição financeira.


6. Assinale a alternativa  que preencha corretamente as lacunas do texto:
"para ocorrência de ___________________, não basta a imputação  falsa de crime, mas é indispensável que em decorrência de tal imputação  seja instaurada, por exemplo, a investigação  policial ou processo judicial.  A simples  imputação de fato definido como crime  pode constituir __________________, que constitui infração  penal contra a honra, enquanto  a_________________é crime contra a Administração da Justiça.


(A) denunciação caluniosa, calúnia, denunciação caluniosa;
(B) denunciação caluniosa, difamação, denunciação caluniosa;
(C) comunicação falsa de crime ou  de contravenção, calúnia, comunicação falsa de crime ou de contravenção;
(D) comunicação falsa de crime ou de contravenção, difamação, comunicação falsa de crime ou de contravenção.


7. Arlete, em estado puerperal,  manifesta intenção de matar o próprio filho recém nascido.  Após receber a criança no seu quarto para  amamentá-la, a criança é levada para o berçário. Durante a noite,  Arlete vai até o berçário , e, após  conferir a identificação da criança , a asfixia causando sua morte.   Na manhã seguinte é constatada a morte  por asfixia de um recém nascido,  que não era filho de Arlete.
Diante do caso concreto, assinale a alternativa que indique a responsabilidade  penal da mãe:


(A) Crime de homicídio, pois,  o erro acidental  não isenta de  responsabiliade
(B) Crime de homicídio, pois, uma vez que o artigo 123  do CP trata de matar o próprio filho sob influência do estado puerperal, não houve preenchimento dos elementos do tipo;
(C) Crime de infanticídio, pois houve erro quanto à pessoa;
(D) Crime de infanticídio, pois houve erro essencial .

8. Relativamente à legislação sobre lavagem de capitais (Lei n.9.613/98), assinale a alternativa correta:
(a)  O crime de lavagem só ocorre quando os bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de um dos crimes antecedentes completam todo o processo (ocultação, dissimulação e integração).
(b)   Não constitui lavagem de dinheiro, mas crime de descaminho, a importação ou exportação de bens com valores não correspondentes aos verdadeiros, feita com o propósito de ocultar ou dissimular a utilização de bens provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos na Lei n.9613/98.
(c)   O processo e julgamento dos crimes previstos na Lei n.9613/98 dependem do processo e julgamento dos crimes antecedentes.
(d)  Pratica crime de lavagem de dinheiro quem utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabe serem provenientes de qualquer dos crimes antecedentes previstos na Lei n. 9613/98.
9. João foi denunciado pela prática do crime de furto (CP, art. 155), pois segundo narra a denúncia ele subtraiu colar de pedras preciosas da vítima. No decorrer da instrução processual, a testemunha Antônio relata fato não narrado na denúncia: a subtração do objeto furtado se deu mediante “encontrão” dado por João no corpo da vítima. Na fase da sentença, sem antes tomar qualquer providência, o Juiz decide, com base no sobredito testemunho de Antônio, condenar João nas penas do crime de roubo (CP, art. 157), por entender que o “encontrão” relatado caracteriza emprego de violência contra a vítima. A sentença condenatória transita em julgado para o Ministério Público.
O  Tribunal, ao julgar apelo de João com fundamento exclusivo na insuficiência da prova para a condenação, deve:
(a)  anular a sentença.
(b)   manter a condenação pela prática do crime de roubo.
(c)   abrir vista ao Ministério Público para aditamento da denúncia.
(d)  absolver o acusado.
10. Ao Ao final da audiência de instrução e julgamento, o advogado do réu requer a oitiva de testemunha não arrolada na resposta escrita, mas referida por outra testemunha ouvida na audiência. O juiz indefere a diligência alegando que o máximo de testemunha já havia sido atingido e que, além disso, a diligência era claramente protelatória, já que a prescrição estava em vias de se consumar se não fosse logo prolatada a sentença. A sentença é proferida em audiência, condenando-se o réu à pena de 6 anos em regime inicial semi-aberto.
Com base exclusivamente nos fatos acima narrados, assinale a alternativa que apresente o que alegaria a apelação do advogado do réu, como pressuposto da análise do mérito recursal.
(a)   A redução da pena ou a fixação de um regime de cumprimento de pena mais vantajoso.
(b)   A anulação da sentença para que outra seja proferida em razão da violação do princípio da ampla defesa.
(c)   A reinquiração de todas as testemunhas em sede de apelação.
(d)   A anulação da sentença para que outra seja proferida em razão da violação do princípio da ampla defesa, com a correspondente suspensão do prazo da prescrição de modo que o órgão ad quem se sinta confortável para anular a sentença sem gerar impunidade no caso concreto.
11. Relativamente às regras sobre a ação civil fixadas no Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta.
(a)  São fatos que impedem a propositura da ação civil: o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de sua informação, a decisão que julgar extinta a punibilidade e a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.
(b)   Sobrevindo a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil não poderá ser proposta em nenhuma hipótese.
(c)   Transitada em julgado a sentença penal condenatória, a execução só poderá ser efetuada pelo valor fixado na mesma, não se admitindo, neste caso, a liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.
(d)  Transitada em julgado a sentença penal condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.
12. Antônio Ribeiro foi denunciado pela prática de homicídio qualificado, pronunciado nos mesmos moldes da denúncia e submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri em 25/05/2005, tendo sido condenado à pena de 15 anos de reclusão em regime integralmente fechado. A decisão transita em julgado para o Ministério Público, mas a defesa de Antônio apela alegando que a decisão dos Jurados é manifestamente contrária à prova dos autos. A apelação é provida, sendo réu submetido a novo Júri. Neste segundo Júri, Antônio é novamente condenado e sua pena é agravada, mas fixado regime mais vantajoso (inicial fechado).
A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
(A)   Não cabe nova apelação no caso concreto, em respeito ao princípio da soberania dos veredictos.
(B)   A decisão no juiz togado foi incorreta, pois violou o princípio do ne reformatio in pejus, cabendo apelação.
(C)    A decisão dos jurados foi incorreta, pois violou o princípio do tantum devolutum quantum appelatum.
(D)   Não cabe apelação por falta de interesse jurídico, já que a fixação do regime inicial fechado é mais vantajosa do que uma pena a ser cumprida em regime integralmente fechado.
13. Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, causando-lhes sérias lesões no ombro direito. O promotor de justiça ofereceu denúncia contra Joaquim, imputando-lhe a prática do crime de lesão corporal grave contra Pedro, e arrolou duas testemunhas que presenciaram o fato. A defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que também presenciaram o fato.
Na audiência de instrução, as testemunhas de defesa afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma de fogo para Joaquim, que, por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarmá-lo. Já as testemunhas de acusação disseram que não viram nenhuma arma de fogo em poder de Pedro.
Nas alegações orais,  Ministério Público pediu a condenação do réu, sustentado que a legítima defesa não havia ficado provada. A defesa pediu a absolvição do réu, alegando que o mesmo agira em legítima defesa. No momento de prolatar a sentença, o juiz constatou que remanescia fundada dúvida sobre se Joaquim agrediu Pedro em situação de legítima defesa.
Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.
(a)  O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. Assim, como o juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
(b)   O ônus de provar a situação de legítima defesa era da acusação. Assim, como o juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu.
(c)   O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou na dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, deve absolver o réu.
(d)  Permanecendo qualquer dúvida no espírito do juiz, ele está impedido de proferir a sentença. A lei obriga o juiz a esgotar todas as diligências que estiverem a seu alcance para dirimir dúvidas, sob pena de nulidade da sentença que vier a ser prolatada.
14. João da Silva foi denunciado por homicídio qualificado por motivo fútil. Nos debates orais ocorridos na primeira fase do procedimento de júri, a Defesa alegou que João agira em estrito cumprimento de dever legal, postulando sua absolvição sumária. Ao proferir sua decisão, o juiz rejeitou a tese de estrito cumprimento de dever legal e o pedido de absolvição sumária, e pronunciou João por homicídio simples, afastando a qualificadora contida na denúncia. A decisão de pronúncia foi confirmada pelo Tribunal de Justiça, operando-se a preclusão.
Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.
(A)   Nos debates orais perante os jurados, o promotor de justiça não poderá sustentar a qualificadora de motivo fútil, mas a defesa poderá alegar a tese de estrito cumprimento de dever legal.
(B)   Nos debates orais perante os jurados, o promotor de justiça poderá sustentar a qualificadora de motivo fútil e a defesa alegar a tese de estrito cumprimento de dever legal.
(C)    Nos debates orais perante os jurados, o promotor de justiça não poderá sustentar a qualificadora do motivo fútil e a defesa não poderá alegar a tese de estrito cumprimento de dever legal.
(D)   Nos debates orais perante os jurados, o promotor de justiça poderá sustentar a qualificadora do motivo fútil, mas a defesa não poderá alegar a tese de estrito cumprimento de deve legal.
15. Em processo sujeito ao rito ordinário, ao apresentar resposta escrita, o advogado requer a absolvição sumária de seu cliente e não propõe provas. O juiz, rejeitando o requerimento de absolvição sumária, designa audiência de instrução e julgamento, destinada à inquirição de testemunhas arroladas pelo Ministério Público e ao interrogatório do réu. Ao final de audiência, o advogado requer a oitiva de duas testemunhas de defesa e que o juiz designe nova data para que sejam inquiridas.
Considerando tal assertiva, assinale a afirmativa correta.
(a)   O juiz deve deferir o pedido, pois a juntada do rol das testemunhas de defesa pode ser feita até o encerramento da prova de acusação.
(b)   O juiz não deve deferir o pedido, pois o desmembramento da audiência uma causa nulidade absoluta.
(c)   O juiz só pode deferir a oitiva de testemunhas de defesa arroladas posteriormente ao momento da apresentação da resposta escrita se ficar demonstrado que a necessidade da oitiva se originou de circunstâncias ou fatos apurados na instrução.
(d)   O juiz deve deferir o pedido, pois apesar de a juntada do rol de testemunhas não ter sido feita no momento correto, em nenhuma hipótese do processo penal, o juiz deve indeferir diligências requeridas pela defesa. 

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