O número de homicídios na cidade de São Paulo cresceu 34% em
2012 em relação ao ano anterior. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira,
dia 25, pela Secretaria de Estado da Segurança Pública. Foram 1.368 mortes no
ano passado, contra 1.019 em 2011.
As estatísticas da criminalidade também revelaram
crescimento de 15% no número de homicídios em todo o Estado. Em 2012, foram
registrados 4.833 casos ante 4.194 crimes em 2011.
Mortes em confronto com a PM crescem 40%
O número de pessoas mortas em confronto com a Polícia
Militar aumentou 40,4% entre 2011 e 2012 na cidade de São Paulo. No ano
passado, foram 323; no anterior, 230. O número é um forte indicativo da guerra
não declarada entre a polícia e o crime organizado no ano passado,
especialmente se considerado o ritmo que essa alta teve durante 2012.
Se comparados os primeiros trimestres de 2011 e de 2012, a
alta foi d e 10,3%. Na comparação entre os segundos trimestres, ela até foi
mais fraca: 8,6%. Mas no terceiro trimestre, quando a violência na capital
atingiu o ápice do ano, o índice dobrou. Foram 92 casos entre julho e setembro
em comparação com os 45 dos mesmos meses de 2011.
Na comparação entre os últimos trimestres de 2011 e de 2012,
o número de mortos em confronto com a PM aumentou 59,6%. No Estado inteiro, 547
foram mortas em confronto com policiais militares no ano passado, uma alta de
25,2% em comparação a 2011.
Postura. Para o coronel da reserva da PM e ex-secretário
nacional de Segurança Pública José Vicente da Silva Filho, o aumento nos
números de mortos em confrontos com a polícia e homicídios têm a mesma causa.
"A polícia assumiu uma postura desde abril que foi de combater os pontos
de venda de drogas no varejo. E isso provocou uma reação de alguns grupos
criminosos. E temos, infelizmente, o efeito de manada." Por outro lado,
segundo o coronel, a polícia aumentou em cerca de 10% o número de prisões em
flagrante, uma mostra de que os policiais estão mais na rua.
Já o presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem
dos Advogados do Brasil seção São Paulo (OAB-SP) Arles Gonçalves Júnior, diz
que, com a troca de comando da cúpula da Segurança Pública, as polícias estão
tendo uma nova postura, de investigação no lugar do enfrentamento. "Se
essas políticas persistirem, deveremos verificar queda nos índices de
homicídios", afirma.
Nomenclatura. Os casos de mortes em confrontos com a PM são
registrados como "resistências seguidas de morte", e não contam os
homicídios dolosos e culposos cometidos por policiais militares. Um exemplo de
caso que não entraria nessa conta é a primeira chacina de 2013, no Campo Limpo,
na zona sul. Anteontem, seis PMs foram presos acusados de matar sete pessoas no
dia 4.
A classificação de "resistência seguida de morte"
é contestada pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da
Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Em
resolução aprovada em novembro, o órgão pede a abolição do termo e a
investigação de todas as mortes envolvendo policiais.
Policiais. Os policiais também foram vítimas da guerra não
declarada no ano passado. Nove PMs morreram em serviço no ano passado, um a
menos que em 2011. No entanto, os dados não mostram quantos policiais foram
executados em suas folgas. Até o dia 28 de dezembro, 106 PMs morreram ao todo
no Estado. Mas não foi divulgado quantos foram assassinados em 2011.
Vítima. A mais recente vítima desse confronto foi um policial
militar de folga assassinado na madrugada de anteontem, em posto de combustível
do Jardim Itapark, em Mauá, na Grande São Paulo. Segundo a PM, ele havia parado
seu carro para abastecer quando três homens apareceram e atiraram. A polícia
não confirmou se os criminosos estavam a pé ou se chegaram em algum veículo.
Depois de atirar, eles fugiram.
Testemunhas chamaram por socorro e a primeira equipe a
chegar foi um carro da própria PM. Os colegas levaram o policial ferido até o
pronto-socorro do Hospital Municipal Nardini, onde o PM chegou a ser socorrido,
mas não resistiu aos ferimentos.
O nome do policial não foi informado pela SSP. Os policiais
não confirmaram se a ação foi filmada por câmeras do posto nem disseram se
havia alguma pista sobre os acusados.
Fonte: Site O Estadão
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