Já chegam a 29 o número de fuzis apreendidos hoje pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio na Rocinha, zona sul da capital fluminense. O total de armas apreendidas desde o início da ocupação do complexo da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, na madrugada de domingo, até agora é de 71 fuzis e 32 pistolas.
Também foram apreendidas 20 mil munições de diversos calibres, mas esse número aumentará ainda hoje após a contagem do material apreendido mais cedo numa casa próxima à Rua 2. No local, traficantes haviam abandonado munição para pistola e fuzil e grande quantidade de fogos de artifícios, que eram usados para alertar bandidos sobre a chegada da polícia. Também foram encontrados coletes à prova de balas de uso exclusivo das Forças Armadas.
Essa cena não se repetirá mais com a ocupação definitiva das comunidades pela polícia, que vai instalar na comunidade a 19º Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio. Essa foi a promessa reforçada hoje pelo secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, que visitou o Morro do Vidigal pela manhã na companhia da chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha.
O secretário frisou a importância de 'incluir esses lugares à cidade do Rio'. Segundo oficiais do Bope, nenhuma comunidade ocupada por UPPs anteriormente colaborou tanto com a polícia quanto na Rocinha nesses primeiros momentos da ocupação. As informações têm sido passadas por moradores por meio de bilhetes, telefonemas e também oralmente. 'Para a comunidade é diferente. As denúncias são resultado da nossa credibilidade', disse o comandante do Bope, coronel René Alonso.
Moradores e comerciantes contaram que a noite de ontem na Rocinha foi bem menos movimentada do que costumam ser na véspera de feriados. 'Normalmente eu iria sair para um bar ou pizzaria, mas dá medo de colocar a cara na rua. Não sabemos ainda como vai ser', disse o mototaxista José Ronaldo de Araújo, de 35 anos.
O coronel René afirmou que não há toque de recolher na favela, mas ressaltou que a partir de agora todos terão de conviver com regras sociais que vigoram em bairros não favelizados da cidade. Um exemplo é a obrigação de respeitar o horário da lei do silêncio. Outro é a proibição de mototaxistas sem equipamentos de segurança, habilitação e documentos dos veículos.
Fonte: O Estadão
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