Duas bazucas, dois mísseis antitanque, além de dezenas de fuzis e pistolas foram encontrados na Rocinha. Denúncias levam a suspeitos, a esconderijos e a motos roubadas. Seis cães farejadores ajudam a localizar drogas
Os policiais que vasculham as comunidades retomadas pela polícia do Rio estão descobrindo um arsenal do tráfico. Desde domingo (13), oito pessoas foram presas. A repórter Lilia Teles acompanhou uma equipe de elite da Polícia Militar na Rocinha.
Os policiais do Bope carregam nas mãos o resultado de dois dias de trabalho na mata que contorna a favela da Rocinha: são duas bazucas, dois mísseis antitanque, além de dezenas de fuzis e pistolas. O arsenal estava em tonéis enterrados no alto do morro.
As buscas também são intensas nas ruas das comunidades ocupadas: 500 homens do Bope, do Batalhão de Choque e da Polícia Civil circulam pela Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu.
Denúncias levam a suspeitos, a esconderijos e a motos roubadas. Seis cães farejadores ajudam na localização de drogas. Os policiais não têm autorização para usar mochilas nem arrombar casas. Eles só podem entrar na presença dos moradores.
Uma parte complicada do trabalho dos policiais é a entrada nos becos da Rocinha, que lembram um labirinto. Eles chegam até os locais com denúncias de moradores, que apontam esconderijos de traficantes, drogas e armas. Mas sempre existe o risco de uma armadilha no meio do caminho, como uma granada pronta para explodir.
Em alguns trechos a equipe do Jornal Nacional é orientada a não subir. A polícia ainda acredita que existam bandidos escondidos na comunidade. Mas, desde domingo (13), nenhum tiro foi disparado. A ocupação ocorreu com tranquilidade.
Eram 4h10 da manhã, quando os blindados da Marinha avançaram pelos acessos às favelas da Rocinha e do Vidigal. Helicópteros quebraram o silêncio da noite. Moradores acompanharam a movimentação dos policiais.
Traficantes jogaram óleo em ladeiras para atrapalhar a subida da polícia. Pouco depois das 6h da manhã, as comunidades da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu estavam ocupadas pelas forças de segurança.
Quase sete horas depois da retomada do território, as bandeiras do Brasil e do estado do Rio foram hasteadas. Momento que ficou registrado nas câmeras, celulares e na memória dos moradores.
Imagens exibidas com exclusividade pelo Fantástico mostram o momento em que o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, sai da mala do carro em que tentou fugir na noite de quarta-feira (9). Segundo a Secretaria de Segurança do Rio, serviços de inteligência apuram o envolvimento de policiais com o ex-chefe da Rocinha.
Em entrevista ao Bom Dia Brasil, nesta segunda-feira (14) de manhã, o secretário de Segurança José Mariano Beltrame falou que o traficante Nem pode ajudar com informações sobre policiais e outros agentes públicos que apoiavam o tráfico de drogas.
“Seria uma oportunidade importantíssima o oferecimento de alguma medida, obviamente, judicial para que ele pudesse contribuir com a Justiça e obviamente com a polícia.
Nós temos policiais que o ajudam, que prestam certo tipo de ajuda a ele, fora da favela e também dentro. Mas ele conta com algum serviço de segurança fora”, afirmou Beltrame.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário