A chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegada Martha Rocha, disse na manhã deste domingo (13) que a Operação Choque de Paz devolve o território aos moradores da Rocinha, do Vidigal e da Chácara do Céu, na Zona Sul do Rio. Segundo a polícia, as três comunidades foram dominadas sem confrontos.
A delegada pede que moradores continuem ajudando a polícia, fazendo denúncias sobre possíveis criminosos que ainda estejam nas comunidades.
Sem nenhum tiro disparado, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) informou que as comunidades foram dominadas por volta das 6h. Ainda não há nenhum balanço total de presos e apreensões, mas, de acordo com a assessoria da PM, mais cedo um homem de 29 anos foi preso por agentes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense tentando sair da Rocinha. O homem foi condenado por assalto a mão armada e estava foragido havia sete anos.
Retomada do território
"Iniciamos a operação às 4h de um domingo de feriado para causar o menor transtorno possível à população. Às 6h, já demos como cumprida a missão de retomada da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, sem disparar nenhum tiro", afirmou o coronel Pinheiro Neto, Chefe de Estado Maior Operacional da Polícia Militar.
Segundo o coronel, o deslocamento dos blindados começou na noite de sábado (12). "Por volta das 22h30, tivemos uma reunião com o BPChoque com a análise da situação. Às 24h, tivemos outro briefing com a presença do comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro, e o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. Mas antes, às 16h, foram iniciados os trabalhos no centro de operação e controle", contou.
"Às 4h deste domingo, uma coluna com 18 blindados e cerca de 700 homens avançou pelas vias das comunidades para começar a inserção dos homens. Às 4h30 ocorreu a chegada às comunidades, incluindo o uso de helicópteros com câmera de observação térmica. E às 6h, nossos homens informaram que todas as comunidades ocupadas já estavam sob controle".
O coronel Pinheiro Neto pede que a população ajude a polícia, dando informações sobre criminosos, armas e drogas escondidos nas favelas da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu. "Denunciem e ajudem. A população pode ligar para o Disque-Denúncia (2253-1177) ou para o 190 para nos ajudar a localizar criminosos, armas e drogas. Permaneceremos nas comunidades por tempo indeterminado", afirmou.
No total, cerca de 3 mil homens participaram da operação, que contou com apoio de 6 blindados da PM ("Caveirão"), 18 blindados da Marinha, 4 helicópteros da PM e outros 3 da Polícia Civil.
Atendimentos
O sub-comandante do 1º Grupamento de Socorro e Emergência, major Edson Gonçalves,cruzou a Rocinha, desde São Conrado até a Gávea, e afirmou que a operação do Corpo de Bombeiros durante a ocupação foi um sucesso. "Eu considero a operação um êxito total. A estrutura está toda dominada, o ambiente é de segurança", disse.
O major explicou que atravessou a favela para ver se a comunidade precisava de socorro médico. Segundo ele, até as 7h30, o Corpo de Bombeiros havia atendido cerca de 12 pessoas, todas com casos de doenças prévias, como pressão alta e diabetes. Ele acredita que alguns casos estão relacionados ao nervosismo dos moradores com a operação.
De acordo com o major, 35 profissionais de saúde e 15 bombeiros militares dão suporte na operação Choque de Paz. O sub-comandante informou ainda que a partir de agora os bombeiros vão reduzir a mobilização e retirar as ambulâncias.
Rocinha
Localizada entre os bairros da Gávea e de São Conrado, a Rocinha tem, atualmente, 69,3 mil moradores, segundo dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que ocupam uma área de 864.052 m².
A comunidade tem 3 escolas e 3 creches municipais, 1 Ciep, 11 unidades de saúde, um centro de assistência social e duas praças .De acordo com um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Rocinha é a região administrativa da cidade que tem a população com menor nível de escolaridade entre todas do município do Rio de Janeiro.
Fonte: Site G1
Fonte: Site G1
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