Ele não confirmou se o pedido será feito nesta quarta-feira (24).
Quatro menores tiveram apreensão determinada pela Justiça.
O delegado José Matallo Neto, titular do 5º Distrito Policial, na Aclimação, na região central, declarou nesta quarta-feira (24) que a polícia deverá pedir a prisão preventiva do jovem maior de idade envolvido nas agressões ocorridas na Avenida Paulista, na semana passada. “Nós estamos aguardando uma vítima para prestar depoimento e acabar de esclarecer o fato. Em seguida, vamos relatar e pedir a prisão preventiva”, disse. Ele não confirmou se o pedido será feito ainda nesta quarta.
Sobre a vítima que deverá prestar depoimento nesta quarta-feira, José Matallo informou que ela deverá fornecer "mais detalhes, vai ver as imagens, e nos transmitir estes detalhes". Ela já foi ouvida pela polícia logo depois da agressão. De acordo com Neto, há elementos suficientes para o pedido de prisão ser feito. "O fundamento principal é tudo aquilo que consta no inquérito, todas aquelas agressões, as oitivas das testemunhas e das vítimas. Tudo isso é suficiente para pedir a prisão", explicou.
O grupo de cinco jovens - quatro menores deles menores de idade - teria agredido três pessoas na região da Avenida Paulista no dia 14 de novembro. O único maior, Jonathan Lauton Domingues, de 19 anos, era aguardado para prestar depoimento na tarde desta quarta-feira. Porém, o advogado dele, Edio Dalla Torre, afirmou que o jovem não se apresentará hoje à polícia. “As imagens não mostram meu cliente agredindo ninguém”, disse o defensor.
Na terça-feira (23), a Justiça decretou a internação dos quatro menores de 18 anos acusados das agressões em uma unidade da Fundação Casa, na capital paulista. O delegado aguarda o mandado de busca e apreensão para cumprir a decisão judicial. "O juiz optou para que fosse feita (a busca e a apreensão) pelo oficial de justiça. Por isso que os mandados não vieram para cá (para a delegacia). Se não conseguirem (encontrá-los), provavelmente venham para cá os mandados", disse Neto.
Outra suposta vítima
Um estudante de 19 anos afirmou à Polícia Civil ter apanhado em uma danceteria da Zona Sul de São Paulo do mesmo grupo de jovens que horas depois agrediu as três pessoas na Avenida Paulista. Ele declarou em seu depoimento, e confirmou por telefone ao G1 nesta quarta-feira (24), que identificou os cinco suspeitos do crime pelo Orkut e pelas imagens das câmeras de segurança divulgadas pela investigação.
Ainda segundo a suposta vítima, o mesmo adolescente de 17 anos que aparece no vídeo desferindo um golpe com uma lâmpada fluorescente no rosto de um jovem foi quem primeiro bateu nele na casa noturna.
Ele também teria sido agredido pelos companheiros do adolescente. Diferentemente das outras três agressões na Avenida Paulista, que teriam sido motivadas por homofobia, na danceteria, tudo teria ocorrido por causa de um esbarrão.
“Eu esbarrei nele sem querer e ele veio para cima de mim. Tenho certeza de que se trata da mesma pessoa que aparece batendo com a lâmpada no outro rapaz. Vi as fotos no site [de relacionamentos na internet] e comparei com as imagens das câmeras de segurança mostradas na televisão”, disse o estudante. Ele só aceitou falar com o G1 sob a condição de que seu nome não fosse divulgado. A vítima sangrou a boca, teve fratura na região e quase perdeu os dentes. Ele terá que se alimentar somente de líquidos durante dois meses.
O delegado responsável pelo caso vai solicitar as imagens da danceteria para tentar ver se elas gravaram as agressões ao estudante de 19 anos. E ainda para esta quarta é aguardada a chegada do jovem atingido pela lâmpada para prestar novo depoimento no 5º Distrito Policial. Os advogados de alguns dos menores foram à Vara da Infância e Juventude pedir para que os jovens não sejam internados.
Mesma roupa
Segundo a vítima agredida na boate, o jovem que aparece desferindo golpes com a lâmpada na Avenida Paulista usava a mesma roupa do seu agressor na danceteria. Ele afirma ainda que o grupo de agressores é famoso por bater em pessoas gratuitamente. A informação, segundo ele, foi obtida na boate e na internet. “Foi isso que me levou a procurá-los no Orkut, mas o perfil do agressor já foi retirado do ar. Espero agora que a Justiça seja feita”. Segundo a vítima, ele fazia parte de comunidades de cunho violento no Orkut como “Um soco vale mais que mil palavras” e “Comigo é joelhada na cara”.
“Todas essas informações estão conosco e serão levadas à Promotoria da Justiça da Vara da Infância e Juventude”, afirmou o delegado José Matallo Neto, que pretende pedir a prisão do único maior do grupo, suspeito de incitar os outros menores a praticar as agressões. “Ainda não sei quando pedirei a preventiva. Isso deve ocorrer após o suspeito ser ouvido ou nos próximos dias. Esse maior seria o mentor de todas as agressões”.
Apesar de todas as vítimas se dizerem heterossexuais, o delegado afirmou que isso não muda o foco da investigação que apura se a motivação das agressões foi homofóbica.
“Pelo menos no caso dos agredidos na região da Paulista, eles teriam sido confundidos com gays. No caso da danceteria, seria por causa de uma desavença na entrada da casa”.
(Fonte: Site G1)
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