Pesquisar este blog

sexta-feira, outubro 7

TJ-RJ decreta prisão e afasta do cargo PMs processados por juíza


O juiz Fábio Uchôa, em exercício na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, decretou a prisão preventiva de sete policiais militares. Todos respondem a processos de homicídio em autos de resistência (mortes de suspeitos em confronto com a polícia) na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, onde era titular a juíza Patrícia Acioli, assassinada com 21 tiros na noite do dia 11 de agosto, quando chegava à sua residência, em Piratininga, em Niterói, na Região Metropolitana do rio. As informações são do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

O magistrado também determinou a suspensão do exercício da função pública e determinou a entrega das armas de outros 10 PMs. A decisão será encaminhada ao Comandante Geral da PMRJ, a fim de que adote todas as medidas que se fizerem necessárias.

Segundo o TJ, no dia 8 de setembro, o Ministério Público estadual requereu medida cautelar de suspensão de exercício de função de 34 PMs e reiterou o pedido de prisão de 28 deles. Na ocasião, o juiz Fábio Uchôa determinou que os advogados e defensores públicos dos acusados se manifestassem, primeiramente, sobre o pedido do MP.

Desprezo pela vida e perversidade

Após analisar os processos e decretar a prisão de sete PMs, o juiz disse que a juíza Patrícia Acioli e o Ministério Público da Comarca de São Gonçalo iniciaram uma verdadeira “cruzada moralizadora” na região, a fim de apurar e punir eventuais crimes de homicídios praticados por policiais militares e que vinham sendo registrados, em sede policial, como autos de resistência.

Para ele, os acusados demonstraram total menosprezo pelo cargo que exercem e pelas normas penais, “revelando-se propensos a prática delituosa, verdadeiramente utilizando-se de sua condição de policiais para praticarem crimes gravíssimos, (...) além de denotarem um evidente desprezo pela vida humana e intensa perversidade”.

PF encontra arma que pode ter sido usada em crime

A Polícia Federal localizou uma arma, nesta sexta-feira, numa favela em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, que pode ser uma das usadas no assassinato da juíza Patricia Aciolli. A pistola calibre 45 ainda vai passar por perícia para confirmar a informação. A conclusão da investigação da Polícia Civil sobre o crime tem 30 páginas e é assinado pelo comissário que comandou as investigações.

O Ministério Público tem até segunda-feira (10) para apresentar denúncia ou não contra os 11 policiais militares suspeitos de matar a juíza. A Divisão de Homicídios já encaminhou o relatório final do inquérito aos promotores. Os onze PMs, já presos, foram indiciados por homicídio.

Inimizade de 22 anos

O comissário que assina o documento relata uma inimizade de 22 anos entre a juíza e o tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, acusado de ser o mandante do crime. O ex-comandante afirma ser inocente. A então defensora pública Patrícia Aciolli se envolveu numa discussão com o então tenente, durante um jogo no Maracanã.

Anos mais tarde, os dois voltaram a se encontrar. Patrícia Aciolli como juíza e Cláudio Luiz como comandante do Batalhão de São Gonçalo. A juíza decidiu investigar o grande número de autos de resistência no batalhão.

Segundo a denúncia, os policiais do batalhão lucravam R$ 12 mil por semana em propinas. A investigação revela que a juíza recebeu informações de que o tenente-coronel queria matá-la.

O relatório aponta a grande ligação entre o comandante do batalhão e o tenente Benitez, acusado de comandar a execução. São centenas de conversas telefônicas.

Polícia abre processo para apurar participação de PMs

O novo corregedor da Polícia Militar, coronel Waldir Soares Filho, vai abrir processo administrativo para apurar a participação do tenente-coronel Claudio Luiz de Oliveira, suspeito de ser o mandante do assassinado da juíza. O mesmo processo tem como objetivo apurar a responsabilidade dos outros 10 policiais também suspeitos de envolvimento no crime.

A PM informou ainda que, segundo o corregedor, as acusações são graves e o crime foi bárbaro. Se ficar comprovada a participação deles, os agentes serão excluídos. Assim que as peças do inquérito chegarem, o processo será aberto.

PMs foram ao condomínio de Patrícia no dia do crime

Imagens exclusivas obtidas pelo Fantástico mostram que policiais suspeitos de participar do assassinato da juíza Patrícia Acioli passaram pelo condomínio onde ela morava e estudaram as rotas de entrada e saída que usariam poucas horas depois.

O coronel Mário Sergio Duarte pediu demissão depois que o coronel Cláudio foi preso.

Fonte: Site G1

Nenhum comentário: