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quinta-feira, julho 8

Caso Eliza Samúdio: crueldade e pena de morte

As práticas criminosas cruéis nos assombram. O caso do desaparecimento e da  morte da jovem Eliza Samúdio – que nos últimos dias virou notícia nos principais órgãos de comunicação – é um desses episódios que causam perplexidade na opinião pública.

O relato do adolescente sobre a forma de execução da morte, e mais do que isso, da conduta para dar fim ao corpo da vítima - asfixiada e esquartejada, para servir de refeição para cães rotweillers – é estarrecedor.  Pensaram os executores que essa era uma boa forma para fazer desaparecer o corpo da jovem Eliza, tornando o crime mais próximo da perfeição e mais distante da descoberta.

Mas, como se sabe, não há crime perfeito.

E por acreditar nos homens sei que não há ser humano que possa segurar, em segredo, uma barbárie dessas, presenciada ou realizada, por muito tempo.

Por isso o adolescente delatou. Por isso o jovem não conseguiu enfrentar o cotidiano com a presença das cenas que certamente não lhe deixam a mente - razão pela qual chorou muito quando voltou à casa do policial que está sendo acusado de ser o responsável pelos mencionados atos executórios.

Não cogito hipótese de que não haja um mínimo de verdade no que foi dito pelo adolescente. É demais verossímil a versão para ser objeto de fantasia do menino.

E nesse contexto, é plausível ouvir aqui e acolá quem defenda para esse tipo de crime, e para esses agentes, a pena de morte. Porque nesse momento somente essa alternativa se apresenta ao senso comum como cabível.

É difícil convencer que a pena de prisão possa ser útil em caso como esse.

Eu resisto em aceitar a pena de morte como uma alternativa saudável, proveitosa, e humanamente vantajosa. Sou uma defensora ao repúdio que merece a execução deste tipo de sanção. Porque é arriscado atribuir-se ao Estado esse poder; porque a ninguém é dado o direito de decidir sobre a vida e sobre a morte de outrem; porque, simplesmente, esse não é um ato de humanidade.

Contudo, sou obrigada a reconhecer que diante de episódios do quilate deste que vitimou Eliza Samúdio é muito difícil contrariar as opiniões favoráveis à pena de morte.

Eu prefiro acreditar que alternativas punitivas outras possam funcionar como remédio de prevenção e repressão ao crime. Eu ainda prefiro.

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