Uma garota é violentada e morta. Peritos vão até o local do crime e colhem material que pode conter o DNA do assassino. A polícia, então, cruza os dados com os de outros criminosos do país e descobre que o DNA é de um homem que já foi preso por roubo em outro Estado.
A cena, que lembra um seriado norte-americano do tipo CSI, pode se tornar real no Brasil em 2011 com a implantação do primeiro banco de perfis de DNA do país.
O plano da Polícia Federal é formar a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, com laboratórios em 16 Estados brasileiros, além do Distrito Federal.
O sistema será apresentado no 2º Encontro Nacional de Química Forense, que começa nesta quarta-feira (08) em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).
O gerenciamento das informações será de responsabilidade de cada Estado, que disponibilizará esses dados para a rede. A alimentação ficará a cargo de peritos oficiais, especialistas em genética forense, indicados pelos órgãos de perícia.
De acordo com o diretor técnico-científico do Instituto de Criminalística da Polícia Federal, Paulo Roberto Fagundes, a implantação do banco brasileiro de perfis genéticos, dispondo do respaldo jurídico e dos recursos necessários, vai contribuir significativamente para o combate à criminalidade, especialmente os crimes sexuais e crimes contra a vida.
Fagundes afirma que o uso dessa tecnologia é imprescindível para o Brasil poder combater os elevados níveis de violência e de impunidade que assolam o país.
"Cabe ressaltar que essa tecnologia também auxilia na identificação de pessoas desaparecidas e, sendo uma forma científica de identificação, protege o inocente, demonstrando sua inocência de forma mais rápida e segura", disse Fagundes.
O software utilizado é o Codis (Combined DNA Index System), desenvolvido pelo FBI, serviço de investigação norte-americano, e cedido à Polícia Federal.
Segundo o professor Celso Teixeira Mendes Júnior, do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão, a utilização do DNA no Brasil ainda está restrita aos casos criminais fechados, em que se comparam as amostras extraídas na cena do crime com as dos suspeitos.
"Nos casos negativos, não havia a possibilidade de comparar o DNA de amostras coletadas com o de outros potenciais agressores. Isso será possível com o início das atividades relacionadas ao banco de dados de DNA."
(Fonte: Folha On line)
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