Foto:Nelson Antoine/Foto Arena/AE |
A juíza Milena Dias determinou em seguida, às 13h30, um intervalo para almoço de uma hora.
“Ele não é marginal ou um criminoso. Os senhores [jurados] são pessoas de bem, assim como Lindemberg. Peço que o enxerguem como um irmão, pai dos senhores, um amigo. Ele não é bandido. Ele confessou que atirou em Eloá. Lindemberg é apaixonado por Eloá. Foi o grande e único amor da vida dele. Tanto é que ele não recebe visita íntima porque ele não quer ter outra mulher”, disse. “Lindemberg sofre pela morte de Eloá. Ele não quer outra mulher na vida dele.”
"Não vou pedir a absolvição dele. Ele errou, tomou as decisões erradas e deve pagar por isso, mas na medida do que ele efetivamente fez", disse a advogada. "Peço que os senhores [jurados] condenem o Lindemberg pelo homicídio culposo, pois ele não desejou o resultado. Ele sofre pela morte dela", fala.
Durante a fala de Ana Lúcia, os familiares de Eloá esboçavam reações de incredulidade. O público chegou a se manifestar em alguns momentos. A advogada disse que seu cliente era querido pela família da vítima e tentou responsabilizar a imprensa e a Polícia Militar pelo ocorrido.
“Lindemberg era muito querido pela família de Eloá. Esse caso só é esse caso por causa da cobertura da mídia, não devia estar acontecendo nada mais importante naquele dia.”
Segundo ela, os PMs que invadiram o apartamento são os responsáveis morais pela morte de Eloá e a mídia, co-responsável. “A imprensa fez do sequestro um reality show." "Ele não pode pagar a conta sozinho. A própria família de Eloá está responsabilizando os policiais que erraram."
Para ela, Lindemberg está sendo tratado como "bode expiatório". "Já ficou claro para todos que se busca o bode expiatório neste caso. Ele é a bola da vez porque ele é pobre, porque não tem influências importantes como o jornalista Pimenta Neves que ficou solto no processo. Foi decidido que esse pobre aqui vai pagar por todos”, disse a advogada.
A defensora ressaltou o temperamento de Eloá em sua fala, definindo-a como geniosa e explosiva. “Eloá contribuiu para deixar a situação pior que estava”. Ao dizer isso, a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, se irritou.
“Lindemberg tomou decisões erradas, mas penso que ele deve pagar pelo que fez. Eu, como defensora dele, não pretendo passar a mão na cabeça dele. Ele errou, mas não errou sozinho.” Ana Lúcia pediu que os jurados considerassem o tiro que acertou Nayara como lesão corporal culposa. Segundo ela, Lindemberg se assustou com o barulho da porta. Em seu depoimento, na quarta-feira (15), o réu disse não se lembrar se havia atirado contra Nayara.
Cárcere privado
A advogada Ana Lúcia Assad afirmou que Lindemberg deve responder, sim, pelo crime de cárcere privado de Eloá. “Mas a Nayara voltou porque quis”, rebateu.
“Errar é uma coisa. Ser irresponsável e leviano, é outra. Ele quer ser julgado com justiça. Esse caso é uma aberração jurídica. Ele responde preso porque foi pintado na imprensa como um monstro, um anticristo. Que ministro vai querer assinar o alvará [de soltura] dele?", questionou.
Vítima sorria
A advogada distribuiu uma foto aos jurados. Segundo ela, é possível ver que Eloá sorria na imagem divulgada na internet. “Eloá sai à janela da cozinha e sorri. Eu estou presumindo que se ela sorriu o ambiente lá dentro não era horroroso. Por que ela sorriu na janela então?! Você sai na janela e vai sorrir sendo torturada?!”.
A promotora Daniela Hashimoto interveio e disse que não era possível ver que a estudante sorria na foto.
Fonte: Site G1
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