O cotidiano de 30 presos do Centro de Reeducação Social Luz
do Amanhã, em Cariri, no Tocantins, vai mudar a partir deste mês. Eles deixarão
de perambular pelas instalações da colônia penal e passarão a trabalhar
varrendo ruas, capinando terrenos baldios, pintando meio-fios e realizando
outros serviços de manutenção no município vizinho de Gurupi, no sul de
Tocantins. A iniciativa vai contribuir para a ressocialização dos detentos, na
linha do que defende o Programa Começar de Novo do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ).
Os 30 presos já foram selecionados e deverão começar a
trabalhar até o fim deste mês. A Prefeitura Municipal de Gurupi será
responsável por treinar e remunerar os detentos, que cumprirão oito horas
diárias. Em troca, conforme prevê a Lei de Execução Penal (7.210/1984),
receberão três quartos de um salário mínimo e terão direito a um dia de pena a
menos a cada três dias trabalhados.
O juiz da Vara de Execuções Penais da comarca de Gurupi,
Ademar Alves de Souza Filho, idealizador do projeto, espera que o trabalho
substitua o dia a dia ocioso no Centro de Reeducação Social Luz do Amanhã. Por
causa da superlotação, a unidade criada para o regime semiaberto passou a
priorizar a custódia de condenados ao regime fechado. Sem instalações ou
atividades adequadas, quem cumpre o semiaberto passa o dia circulando pela
unidade. À noite, dorme em alojamentos improvisados.
O magistrado também destaca a economia que o projeto vai
proporcionar aos cofres municipais. “É um projeto em que todos ganham. Ganha o
preso porque sua pena diminui e ganha também a Prefeitura, que não precisa não
arcar com os encargos sociais, economizando recursos”, disse.
É a primeira vez que
uma prefeitura de Tocantins recorre a presos para realizar esse tipo de
serviços gerais. “Caso tenhamos sucesso na iniciativa, outras cidades que
também têm muitas unidades prisionais, como Palmas e Araguaína, poderão seguir
o exemplo”, afirmou o magistrado.
Começar de Novo – O CNJ criou em 2009 o Programa Começar de
Novo para incentivar, por meio do Poder Judiciário, o treinamento e a inserção
profissional de presos como forma de prevenir a reincidência criminal. Desde
então, os setores público e privado já empregaram mais de 5,3 mil cidadãos em
cumprimento de pena.
Fonte: Agência CNJ de Notícias
Comentário meu: Em Pelotas existe projeto de Lei que tramita na Câmara Municipal, de autoria do vereador Marcos Ferreira, que também busca privilegiar o trabalho do preso em serviços de manutenção do município, especialmente no setor de limpeza urbana.
Um comentário:
Cara Profa.
Você teria uma cópia do projeto em trâmite citado em sua nota de rodapé?
Saudações,
Carlo Giovanni Lapolli
carlolapolli@gmail.com
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