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quinta-feira, setembro 9

Caso Banrisul - Sargento suspeito é ouvido no MP de Canoas

Atualizado às 17:57 - Depois de mais de seis horas, o depoimento do sargento César Rodrigues de Carvalho, suspeito de extorsão contra operadores de máquinas caça-níqueis e espionagem de políticos, advogados e jornalistas, terminou pouco antes das 16h desta quinta-feira, no Ministério Público de Canoas.

Ao deixar a promotoria, o advogado do sargento, Adriano Pereira, afirmou que o militar revelou novos nomes sobre supostos mandantes do serviço de espionagem — além daqueles que já vieram a público. No entanto, questionado sobre quem seriam, ele disse que não poderia falar.

— Esse é um processo muito complicado, e as investigações continuam. Não posso divulgar esses nomes. São novos (nomes), mas mantidos em sigilo — afirmou o advogado
O defensor voltou a negar que o militar cobrava propina de casa de jogos e disse que ele agia de forma legal e acessava os dados em nome de superiores.


— Os dados não foram usados de forma indevida. Foram sempre usados em prol da segurança — declarou.

O militar deixou o local e seguiu para o quartel da Brigada Militar de Porto Alegre onde está detido sob forte esquema de segurança. O promotor do caso, Amilcar Macedo, informou que não irá se manifestar sobre o depoimento.

Promotor provoca advogado

Momentos antes do depoimento, o promotor Macedo e o advogado se encontraram na sede do MP. Macedo provocou o defensor de Rodrigues.

— Bom dia, doutor. Gostas de uma telinha, hein? Tens que gostar mais do seu cliente — disse.
— Sou eu quem gosta? — rebateu o advogado.

A relação entre o advogado e o promotor ficou estremecida após o horário do depoimento do sargento ter sido divulgado pela imprensa. Macedo garante que não comunicou ninguém sobre o interrogatório (Fonte: Clic RBS)

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Viaturas da Brigada Militar reforçaram a segurança da sede do Ministério Público de Canoas na manhã desta quinta-feira (09). No local, ocorre o depoimento do sargento da BM César Rodrigues, preso na sexta-feira (03) passada como suspeito de integrar um esquema de arapongagem política no Rio Grande do Sul. O promotor Amílcar Macedo realiza o interrogatório e pode, ainda nesta quinta, confirmar os nomes dos oficias da BM e civis que seriam os responsáveis por solicitar os dados sigilosos de políticos, familiares de deputados, jornalistas, advogados, delegados e até mesmo oficiais da BM. O advogado do sargento, Adriano Pereira, acompanha a audiência.

Ontem, a bancada petista anunciou que pretende aprovar audiência, na Comissão de Serviços Públicos da Assembleia, para tratar das ações de espionagem praticadas pelo sargento, lotado, até o fim de agosto, na Casa Militar.

O MP de Canoas começou, na semana passada, a investigar supostas extorsões cometidas pelo militar contra operadores de jogos de azar, que temiam ter os negócios afetados na região Metropolitana. A suspeita é que o sargento ainda tenha acessado mais de dez mil vezes o Sistema de Consultas Integradas da Segurança Pública.

Em uma entrevista coletiva, na tarde passada, os deputados Stela Farias e Raul Pont explicaram que a meta é apurar quem repassou a Rodrigues uma senha Master, de caráter restrito, que dava acesso aos dados do sistema. A oposição quer saber, ainda, quem era o mandante da suposta arapongagem. Stela afirmou que o acesso às informações dos petistas foi mais intenso em outubro do ano passado, no ápice da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava as denúncias de corrupção contra o governo do Estado. É preciso conseguir, agora, sete dos 12 votos da Comissão de Serviços Públicos para que o pedido de audiência seja aprovado.

A bancada ainda vai pedir acesso ao inquérito, na 3ª Vara Criminal de Canoas, e solicitar que o Ministério Público transfira a custódia do sargento do quartel da Brigada Militar, onde ele está preso desde sexta-feira, para a Polícia Federal, por medida de segurança. Os petistas também encaminharam uma representação ao Conselho Nacional de Justiça alertando que as supostas fraudes na área de Marketing do Banrisul ocorreram na gestão do ex-presidente Fernando Lemos, que hoje é juiz do Tribunal Militar no Estado.

O secretário da Transparência, Francisco Luçardo, disse que o governo quer "tudo em pratos limpos", mas, para isso, vai aguardar a conclusão dos inquéritos do MP e da Brigada Militar. Luçardo admite abusos, mas alegou que os dados supostamente espionados não foram usados para nada, além de considerar "estranho" que tanto a suposta arapongagem quanto o caso de desvio de verbas no Banrisul tenham vindo à tona em época de campanha. Da mesma forma, o líder do governo na Assembleia, Adilson Troca (PSDB), disse não considerar necessária uma audiência pública para tratar de fatos políticos "com fim eleitoreiro".

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