O promotor Maurício Miranda, do Ministério Público do DF, confirmou ontem (24) mais uma reviravolta no caso do assassinato do ex-ministro do TSE José Guilherme Villela e da mulher dele, Maria Carvalho. A filha do casal, Adriana Villela, foi apontada como mandante do crime por Leonardo Alves, ex-zelador do prédio em que a família morava.
Em depoimento anterior, Alves já havia afirmado que matou, em companhia de um amigo, o casal Villela e a empregada Francisca da Silva em agosto de 2009.
"Ele [Leonardo Alves] envolveu diretamente Adriana", afirmou o promotor. As informações são da Folha de São Paulo.
O novo depoimento do ex-zelador ocorreu na terça-feira (23). O promotor disse que não poderia dar mais detalhes sobre o depoimento de Leonardo Alves para garantir o sigilo da investigação. Não foi informado, por exemplo, como foi o possível contato entre Adriana e Alves. "Esse é apenas o primeiro passo de uma investigação que ainda terá uma etapa mais demorada, com quebra de sigilos", disse Miranda.
A defesa de Adriana Villela nega qualquer participação dela no crime e afirma que há diversas falhas na investigação policial.
Essa não foi a primeira vez que a apuração do caso tem uma reviravolta. No ano passado, dois homens foram presos suspeitos do crime e, depois, liberados. Desde então, o caso teve idas e vindas, incluindo o afastamento de uma delegada do caso por suspeita de provas plantadas e a prisão da filha do casal sob a alegação de que ela estaria atrapalhando as investigações.
Depois disso, Adriana Villela foi denunciada pelo Ministério Público do Distrito Federal sob acusação de participação na morte dos pais, denúncia acatada pelo Tribunal do Júri de Brasília em outubro deste ano. Após a última prisão, Pedro Cardoso, chefe da Polícia Civil do DF, chegou a afirmar que era preciso esclarecer o eventual papel de Adriana no caso.
Cronologia do caso
31 AGO 2009 - Os corpos de Guilherme Villela, 73, Maria Carvalho Villela, 69, e da empregada Francisca da Silva, 58, são encontrados pela neta do casal no apartamento em que moravam, na 113 sul (área nobre de Brasília). Eles haviam sido mortos com mais de 70 facadas três dias antes.
SET 2009 - A polícia suspeita que dois homens, parentes de um ex-funcionário da casa, estariam envolvidos no crime. A faca encontrada no apartamento com traços do que seria sangue e que foi imediatamente tida como a arma do crime pela polícia é descartada. A polícia trabalha com a hipótese de a cena do crime ter sido alterada.
ABRIL 2010 - A perícia confirma que chave do apartamento dos Villela recolhida pela polícia é encontrada com suspeitos do crime. A polícia trabalha com duas hipóteses: troca da chave encaminhada à perícia ou tentativa de incriminação indevida dos suspeitos. A delegada do caso, Martha Vargas, é afastada do cargo de delegada-chefe.
AGOSTO 2010 - Cinco pessoas são presas sob alegação de estarem atrapalhando as investigações, entre elas, a filha do casal, Adriana Villela, tida também como suspeita de encomendar o crime, e uma vidente, que disse ter tido visões sobre o crime.
SETEMBRO 2010 - O Ministério Público do DF denuncia Adriana Villela por suspeita de participar do assassinato dos pais e da empregada da família. Como não houve pedido de prisão, a arquiteta responde o processo em liberdade. Os promotores decidem ainda encaminhar a investigação contra a delegada e o agente, suspeitos de plantarem a chave como prova.
OUTUBRO DE 2010 - A Justiça acata a denúncia e Adriana Villela passa a ser ré no caso do triplo assassinado. Segundo a acusação, a filha do casal teve como motivação "conflitos de família por assuntos financeiros". Ela sempre negou qualquer participação no crime.
(Fonte: Espaço Vital)
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