A 5ª Vara da Justiça Federal em São Paulo instaurou ação penal contra o advogado Massao Ribeiro Matuda, líder no Brasil de uma das maiores quadrilhas de tráfico internacional de cocaína em atuação no País, de acordo com a Polícia Federal. Morador de Rio Preto, ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por associação para o narcotráfico internacional e duas vezes por tráfico de cocaína. A pena, somada, pode chegar a 40 anos de prisão.
Também foi denunciado o piloto Aderval Guimarães da Silveira, o Chiquinho, de Santa Fé do Sul, e mais 11 pessoas, por associação para o tráfico. As denúncias foram aceitas pela Justiça. Tanto Massao quanto Silveira foram alvos da Operação Deserto, em novembro do ano passado, quando a PF prendeu 22 pessoas acusadas de envolvimento em esquema de envio de cocaína da Bolívia para a Europa e África - outras 21 haviam sido detidas em flagrante durante as investigações.
O advogado foi apontado pela PF como o responsável pelo transporte da droga da Bolívia até portos brasileiros, onde o entorpecente era embarcado escondido em carregamentos de farelo de soja, e por toda a contabilidade do esquema. Os policiais investigaram a quadrilha durante um ano e dez meses. Nesse período, o grupo movimentou pelo menos 3,9 toneladas de cocaína, dos quais 2,6 foram apreendidas pelos policiais no Brasil no decorrer das investigações.
Toda essa droga passou pela região de Rio Preto, conhecida como "rota caipira" da droga, com destino a São Paulo e Rio de Janeiro. Como cada quilo era vendido por US$ 40 mil, em média, a quadrilha teve um faturamento bruto estimado em pelo menos R$ 270 milhões no período.
Em dezembro, o Diário revelou, com exclusividade, o conteúdo do inquérito da Polícia Federal. Massao foi denunciado por tráfico duas vezes, referente aos flagrantes do nigeriano Ugwu Charles Anayo com 15 quilos de cocaína em outubro de 2009 em uma estação de metrô de São Paulo e à apreensão de 632 quilos de cocaína em um depósito de Arujá (SP).
Piloto
Guimarães transportava cocaína de avião da região de Santa Cruz de la Sierra , na Bolívia, até pistas de pouso clandestinas em meio a canaviais do leste de Mato Grosso do Sul e na região de Rio Preto. Em agosto do ano passado, ele foi preso em Coxim (MS) com 252 quilos de cocaína escondidos na fuselagem do avião.
Atualmente, o piloto está preso em Rondonópolis (MT), enquanto Massao está no Centro de Detenção Provisória (CDP) 3 de Pinheiros, em São Paulo. Os advogados de ambos não foram localizados. Os demais acusados de integrar o esquema da região de Rio Preto ainda não foram alvos de denúncia do MPF.
Fonte: Associação dos Juízes Federais do Brasil
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