O sociólogo Túlio Kahn, que é chefe da CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento) da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, é acusado de vender serviços de consultoria nos quais põe à disposição de empresas os dados sigilosos sobre a violência no Estado de São Paulo.
Hoje o jornal Folha de São Paulo publicou matéria que aponta que como sócio da Angra Consultoria, Kahn repassa aos clientes informações cuja divulgação é vedada, a fim de não alarmar a população.
Entre as informações, estão as que dão conta do tipo de bens que são levados com maior freqüência em assaltos a condomínios de São Paulo e quais os furtos mais comuns na região de Campinas.
Os contratos da Angra chegam a até R$ 250 mil.
Parte das informações criminais é publicada trimestralmente, de acordo com a resolução 160, que criou em 2001 as regras para divulgação de estatísticas.
A divulgação, porém, não inclui dados estratégicos, como o local do crime. Com isso, não dá para se saber a rua onde se mata mais na cidade de São Paulo ou as faculdades que concentram maior quantidade de furtos de veículos. Não há esse veto para a clientela da Angra.
O acusado Kahn afirma que jamais violou dados da secretaria. Segundo Kahn, foi o próprio Estado que sugeriu que ele abrisse uma empresa para cobrar por certos projetos, pois seu salário era baixo.
O governo paulista não se pronunciou.
(com informações da Folha de São Paulo)
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